O presidente Jair Bolsonaro deve nomear um oficial da Aeronáutica para comandar o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A indicação militar deve ser feita pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que, além de astronauta, é oficial da Força Aérea.
O escolhido vai substituir Ricardo Galvão, exonerado após rebater a contestação do presidente Jair Bolsonaro sobre os dados oficiais do desmatamento na Amazônia.
Sobre o caso, Galvão disse que estava preocupado com o futuro do Inpe e disse que as críticas feitas por ele ao presidente Jair Bolsonaro criaram um “constrangimento insustentável”.
“O meu discurso com relação ao presidente criou constrangimentos. No entanto, eu tinha uma preocupação muito grande que isso fosse respingar no Inpe. Não vai acontecer. Inclusive nós discutimos com o ministro Marcos Pontes, em detalhe, como vai ser a continuação da administração do Inpe. Agora, é claro que diante do fato, a maneira como eu me manifestei com relação ao presidente criou um constrangimento insustentável”, disse.
Em Julho, Bolsonaro declarou, durante café da manhã com jornalistas estrangeiros, que o Inpe teria divulgado dados falsos sobre o desmatamento e estaria manipulando os números a serviço de alguma ONG.
No dia seguinte, Ricardo Galvão subiu o tom ao rebater o presidente e afirmou que a fala de Bolsonaro era “uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer”. (Bahia Notícias)