Omissão em inquérito sobre agressão à criança leva delegada a ser denunciada

Motivo da denúncia é suposta omissão da delegada na condução de inquérito que apura denúncia de agressões a uma criança de 7 anos

Reprodução/Linkendin

Foi apresentada ao Corregedor-Geral da Polícia Civil de São Paulo representação disciplinar contra a delegada Maria Aparecida Rezende Corsato. O motivo é suposta omissão da delegada na condução de inquérito que apura denúncia de agressões a uma criança de 7 anos, segundo informações do site Consultor Jurídico.

De acordo com o autor da representação, o militar reformado e pai da criança, Guilherme Augusto Bordini do Amaral, a delegada tem atuado para proteger o padrasto do menor. O padrasto foi flagrado por câmeras de vídeo agredindo o menino na brinquedoteca do prédio onde moram. As imagens da agressão viralizaram e foram noticiadas pela imprensa em novembro deste ano. No vídeo, o garoto brinca com outras crianças e, momentos depois, é agarrado pelo cabelo e conduzido para fora do ambiente. O padrasto, Byron Junior, ainda tapa a boca do menor, segura seu pescoço e o suspende no ar por alguns segundos.

O primeiro boletim de ocorrência (BO) contra Byron por supostas agressões à criança foi registrado no começo deste ano. Após a divulgação das imagens em novembro, o pai do menino registrou um novo BO, dessa vez no plantão. O delegado Filipe Sanches Ribas representou pelo deferimento de medidas protetivas descritas na Lei Henry Borel.

A delegada Maria Aparecida Rezende Corsato, porém, assumiu a investigação para si e, segundo o pai da criança, passou a empreender diligências para tentar justificar a agressão capturada nas imagens.

Após as justificativas do padrasto e da mãe, Dayana Garcia Alves, a delegada apresentou representação contra o pai da criança sob a justificativa que o mau comportamento da criança decorre do convívio com o pai, e que o padrasto apenas pretendia conter a criança.

Por fim, o pai pede o afastamento preventivo da delegada do caso e sua condenação às penas previstas na Lei Orgânica da Polícia do Estado de São Paulo.

Essa não é a primeira vez que a delegada Maria Aparecida Rezende Corsato tem sua atuação questionada. Em dezembro de 2014, ela se tornou conhecida após um vídeo em que atropela e agride uma idosa.

Após as imagens serem divulgadas, a delegada fez uma representação contra o dono do estacionamento por supostas irregularidades em contratos com a administração do município de Santo André. A denúncia foi arquivada por ausência de indícios que corroborassem minimamente as acusações da delegada. O promotor de Justiça, Marcelo Santos Nunes apontou informes que relataram questionamentos à saúde física e mental da delegada.

A Corregedoria também apura a conduta da delegada durante o caso “Thiago Brennand”. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a substituição de Corsato porque ela estaria beneficiando o empresário nas investigações sobre agressões a uma mulher em uma academia de ginástica. Brennand é acusado de lesão corporal, tentativa de feminicídio e corrupção de menores por ter supostamente incentivado o filho adolescente a também ofender a vítima. (BNews)

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