A descontração de Marta, mesmo após a derrota de virada para a Austrália, dá a tônica do clima na seleção brasileira. Com o cavaquinho na mão, antes do treino deste sábado, em Lille, arriscou uma palhinha do clássico do pagode “Que se chama amor”, do Só Pra Contrariar. O recado é claro: não tem nada perdido. E não tem mesmo. As possibilidades do Brasil são inúmeras. Ainda pode ser a primeira do grupo, por exemplo. Teria de vencer a Itália por pelo menos dois gols de diferença. E a Austrália não vencer a Jamaica por mais de quatro gols. Qualquer vitória, no entanto, classifica a seleção. O empate também leva a seleção às oitavas de final, pois com quatro pontos será uma das quatro melhores terceiras colocadas. Até uma derrota simples por 1 a 0 não significa o fim do caminho. Pois com três pontos e saldo positivo também tem grandes chances de estar entre as melhores terceiras.
– Esse astral, a Marta cantando tem muita importância pós derrota. O pagode lá no fundão e a alegria vão continuar lá fora e vamos levar para dentro de campo também. Ela é espírito dessa seleção, ela traz essa alegria, e tenta manter isso no momento bom ou no ruim – afirmou a atacante Bia Zaneratto, que substituiu a camisa 10 no segundo tempo contra a Austrália. A recuperação do ânimo já foi. A equipe precisa mesmo recuperar o físico depois do jogo duro com as australianas. Por isso, neste sábado, as titulares fizeram apenas trabalho regenerativo no hotel. As reservas foram a campo para treino técnico e tático. Mônica e Marta foram as exceções. Fizeram questão de acompanhar o treino no Estádio Jean Jacques. A zagueira, que marcou contra no último jogo, ficou observando as companheiras. Já a camisa 10 não largou seu cavaquinho. Aproveitou para dedilhar novos acordes e melodias. Com a paleta especial, que ganhou de uma amiga, cuja frase gravada reflete o momento da seleção. “Continue lutando você é mais forte do que você imagina”. (Ibahia)