“Parem de nos matar”, pede representante do movimento LGBTQIA+ de SAJ após assassinato de travesti no Cajueiro

Travesti Jussara Reis - Foto: Reprodução / Redes Sociais

Após o assassinato da travesti e ativista LGBTQIA+ Gerusa Reis, na madrugada desta segunda-feira (15), no conjunto Minha Casa, Minha Vida do bairro Cajueiro, em Santo Antônio de Jesus (saiba mais aqui); uma representante de movimentos LGBTQIA+ (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) da cidade, Jussara Silva, falou sobre como está os familiares e a comunidade diante de um crime bárbaro.

Em entrevista a Recôncavo FM, Jussara contou que desconhece a possibilidade de envolvimento da vítima com atos ilícitos, tendo em vista toda a sua historia na cidade, “nós fomos pegos de surpresa com este fato ocorrido com nossa amiga Gerusa, ela trazia momentos de alegria. Vivemos no país onde mais se mata travestis e transexuais. Gerusa era uma pessoa completamente do bem, infelizmente, isto é mais um ato de violência. Gerusa já não morava em Santo Antônio de Jesus há algum tempo, ela veio passar o período do carnaval com a família, com a mãe. Não conheço nenhum histórico de violência ou envolvimento dela com nada ilícito. Eu vou levantar mais uma vez a bandeira de dizer que é mais um corpo preto, travestis, descriminado, levado ao chão. Gostaria de fazer um apelo: ‘parem de nos matar’. A dor que a mãe de Gerusa está sentindo neste momento é muito maior de qualquer um de nos do movimento LGBTQIA+”, expôs.

Segundo Jussara, a vítima era conhecida por seus feitos em prol dos direitos da comunidade LGBTQIA+ em Santo Antônio de Jesus, “Gerusa foi a primeira madrinha da parada LGBT de Santo Antônio de Jesus, além de participar do Movimento Cores da Cidade, foi uma das primeiras a levantar a bandeira do movimento trans desta cidade. Não temos nenhum motivo para apontar ou denegrir Gerusa”, disse.

Jussara pontuou também sobre o respeito ao nome social, “gostaria de pedir que respeitem o nome social. Em reportagens que fizeram identificaram ela como homem, sendo que ela já tinha dado entrada nos documentos dela pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Quando você desrespeita o nome social, está mais uma vez tirando um direito dela”, esclareceu.

O pastor da comunidade onde a vítima morava, de prenome Jorge, falou um pouco sobre o estado dos familiares e amigo, “eu conheci Gerusa em 2007, era uma pessoa maravilhosa, sempre me respeitou, sempre soube respeitar a todos, pelo fato dela exercer o desejo dela. Foi uma surpresa saber de sua morte. Ela era minha amiga a muitos anos, espero que a lei seja cumprida em nossa cidade, como em todo o país, que está batendo recorde de mortes”, pontuou.

Redação: Voz da Bahia

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