O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido pressionado pelo Centrão para que conclua a reforma ministerial quanto antes.
Os partidos, que aguardam há mais de um mês, demonstram urgência em conhecer os ministérios que André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos) deverão ocupar.
Esses nomes já foram publicamente mencionados pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O PP almeja a pasta do Desenvolvimento Social, atualmente liderada pelo petista Wellington Dias. Já o Republicanos manifestou interesse no Ministério do Esporte, que está com Ana Moser.
Entretanto, o presidente Lula está considerando apresentar outras opções aos partidos, que buscam mais do que ministérios para garantir apoio nas votações na Câmara dos Deputados.
Além disso, o Centrão demonstra interesse na Caixa Econômica Federal, nos Correios e na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que foi recriada pelo Congresso Nacional.
Estratégia
A relutância do presidente em formalizar os nomes dos novos aliados é possivelmente uma estratégia para evitar dar a impressão de que está cedendo às exigências das siglas.
Desde o encontro com Lula em 7 de julho, no qual estiveram presentes expoentes de PP, Republicanos e União Brasil, a única mudança no alto escalão foi a nomeação de Celso Sabino, do União Brasil, para o Ministério do Turismo.
Uma pesquisa realizada pela Quaest divulgada nesta quinta-feira (10) indica que, na percepção dos parlamentares, 41% veem a relação do governo com o Congresso de forma negativa, enquanto 24% a avaliam de maneira positiva.
Enquanto a relação entre o governo e o Congresso enfrenta desafios, pautas de interesse do governo estão paralisadas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda não definiu quando o Projeto de Lei do Novo Marco Fiscal, com alterações do Senado, será levado ao plenário.
Acomodar o Centrão poderia conferir mais estabilidade ao governo nas votações do segundo semestre.
No Senado, há a volta do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), já aprovada na Câmara. Na Casa também está em tramitação a reforma tributária.
Na tentativa de ampliar a base aliada e atrair o Centrão, líderes do governo articulam a criação de mais uma diretoria na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), destinada ao Republicanos.
A proposta é incorporar essa diretoria por meio de uma medida provisória que reajusta os salários dos servidores públicos.
No entanto, a aproximação com o Republicanos encontra obstáculos, incluindo a opinião contrária do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), que não deseja ver seu partido integrando o governo.
(CNN)