O pastor e autor cristão Max Lucado, de 69 anos, marcou os 50 anos de sua conversão ao cristianismo com uma tatuagem no antebraço direito. Ele escolheu a palavra grega “tetelestai”, que significa “está consumado”, a última frase dita por Jesus na cruz, segundo o Evangelho de João.
A decisão foi compartilhada pelo próprio líder religioso nas redes sociais, onde ele afirmou que o gesto é uma forma de gratidão a Deus.
Lucado recordou que sua jornada de fé começou durante uma noite de primavera em 1975, quando ouviu uma pregação sobre a graça divina. Na época, aos 20 anos, se via como um jovem “desregrado”, segundo suas palavras. “Eu era um canalha… racista, misógino, brigão e hipócrita”, escreveu. “Na cruz, Cristo pagou minha dívida. Ela está paga, paga integralmente.”
O gesto, no entanto, não foi unânime entre os seguidores. O próprio pastor reconheceu que muitos não aprovam a tatuagem feita por um líder cristão de sua idade. “Tudo bem. Eu não fiz isso pelas pessoas, fiz para agradecer a Jesus, que pagou uma dívida que eu não podia pagar”, justificou.
Nos últimos anos, Lucado tem falado abertamente sobre desafios pessoais. Em 2021, foi diagnosticado com um aneurisma na aorta e, no livro Deus Nunca Desiste de Você (2023), revelou que enfrentou o estresse do ministério com o consumo de álcool.
“Comecei a beber”, confessou, relatando um momento de arrependimento enquanto escondia uma cerveja no carro. “Deus me encontrou ali naquele dia”, afirmou.
A tatuagem reacendeu discussões entre cristãos sobre o uso do corpo como expressão de fé. A prática, ainda considerada controversa em alguns círculos evangélicos, vem ganhando espaço entre líderes religiosos. Em 2023, a televangelista Joyce Meyer revelou ter feito duas tatuagens para “honrar a Deus”. Já o pastor Matt Chandler e sua esposa, Lauren, marcaram a pele durante uma viagem a Jerusalém.
Apesar da crescente aceitação cultural, o tema continua gerando divergências. O pastor pentecostal Ryan French citou o versículo de Levítico 19:28, que condena marcas no corpo. Já o teólogo reformado John Piper ponderou que “marcar a pele não é intrinsecamente mau”, mas alertou que as decisões devem ser tomadas com discernimento e base bíblica.
Max Lucado atua atualmente como pastor interino da Igreja Gateway, no Texas, além de seguir publicando livros e mensagens voltadas à espiritualidade cristã.