A pandemia do coronavírus e a movimentação público-privada fez chegar ao Brasil uma série de testes que podem detectar a presença do vírus e seus anticorpos na população. Entendendo as discussões sobre a retomada das atividades e afrouxamento do isolamento social, a FCS Clínica Médica, empresa com ampla experiência em consultas médicas, responsável pelo Projeto “Covid-19 Teste Drive Thru”, lista uma série de dúvidas sobre as metodologias e possibilidades desses testes. Quem responde é a coordenadora médica do projeto, Franciele Siqueira.
Confira!
– Quais são os tipos de testes disponíveis atualmente?
Para testes em massa, as organizações de saúde mundo a fora aprovaram dois tipos de produtos para uso profissional: os sorológicos, que utilizam diferentes métodos para detectar anticorpos por meio de amostras de sangue, soro ou plasma; e os testes moleculares, tal como o RT-PCR, que detectam a presença do antígeno (substância estranha ao organismo responsável pela produção de anticorpos).
– Quais as diferenças entre testes rápidos e o RT-PCR?
Nos testes rápidos, a metodologia é a imunocromatografia, ou seja, a geração de cor a partir de uma reação química entre antígeno (substância estranha ao organismo) e anticorpo (elemento de defesa do organismo). Já no ensaio molecular – RT-PCR, o diagnóstico positivo aponta se a pessoa está contaminada no momento do exame.
Ressaltamos que os testes rápidos, como orienta a Anvisa, têm um importante papel no mapeamento do status imunológico de uma população, contribuindo de forma positiva já mitigação do vírus.
– O que significam as siglas IgM e o IgG?
As imunoglobulinas G e M são anticorpos gerados pelo corpo em diferentes etapas da doença. O IgM (imunoglobulina M) é um anticorpo gerado pelo indivíduo que já foi exposto ao vírus e está na fase ativa da doença, havendo a possibilidade de o microrganismo estar circulando nele naquele momento. Ou seja, os testes rápidos detectam a presença de anticorpos na fase inicial de criação da defesa do organismo, quando a pessoa teve contato com o vírus há pouco tempo (IgM); e na segunda fase, em que a pessoa já tem os anticorpos necessários para combater o vírus (IgG).
– Quando realizar os testes?
Entendendo que demora alguns dias até o corpo começar a produzir anticorpos, recomendamos realizar os testes rápidos em indivíduos que tenham tido sintomas há pelo menos oito dias – tempo suficiente para o corpo já ter iniciado o combate ao vírus, produzindo o anticorpo detectável nos testes. Já o RT-PCR deve ser utilizado quando houver sintomas compatíveis ou houver necessidade de confirmação da informação.
– Quando o teste dá falso positivo ou falso negativo?
Do momento de infecção até o corpo inicia começar a combater o vírus, há um período chamado janela imunológica, que pode variar de sete a dez dias, de pessoa para pessoa, após o início da infecção. Quando o teste rápido é feito antes desse período, o resultado poderá ser negativo, mesmo quando a pessoa estiver contaminada, caracterizando o “falso negativo”, que não é, necessariamente, uma falha no produto, mas à não observância da advertência quanto ao período adequado para testagem. Já o resultado do teste positivo indica a presença de anticorpos, não sendo possível definir apenas pelo resultado do teste se há ou não infecção ativa no momento da testagem.
Diante disso, é importante respeitar o intervalo entre os sintomas e a testagem e estar atento às informações das instruções de uso, que trazem orientações específicas de cada produto.
– Quem pode realizar testes para a detecção do vírus?
Qualquer pessoa pode realizar os testes rápidos.