Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (5), pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontou que a maioria das pessoas que usam os trens do subúrbio de Salvador não tem renda suficiente para pagar a passagem de ônibus, quando sistema ferroviário parar de funcionar, por causa das obras do VLT.
A passagem do sistema ferroviário custa R$ 0,50, enquanto a tarifa dos ônibus da capital, até esta quinta, custa R$ 4. Com isso, o MP-BA abriu uma ação na Justiça para que serviço não pare de funcionar até que seja encontrada uma solução para os usuários do transporte.
A pesquisa mostra também que quase metade das pessoas que usam os trens ganha, em média, R$ 284 mensais: um valor quatro vezes menor do que o valor atual do salário mínimo. Ainda de acordo com os dados do Ministério Público, 67% dos usuários usam os trens por causa do preço da passagem.
Segundo o Governo do Estado, o monotrilho seria inaugurado com tarifa de 3,70, mas no questionário feito entre os usuários, 46% deles não teriam condições de usar o transporte por causa do preço.
Os trens do subúrbio foram fabricados há mais de 50 anos e têm problemas recorrentes no funcionamento. Sem peças de reposição disponíveis no mercado, a manutenção é cara e complexa e, por isso, o governo optou pela construção do VLT, que além de ter sistema elétrico, é menos poluente.
O trajeto inclui 22 estações, que vão percorrer cerca de 20 km de extensão. O novo transporte vai ligar o Comércio à Ilha de São João, em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador.
Por meio de nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) informou que a partir de agora vai analisar os dados apresentados pelo MP-BA e só vai se posicionar depois dessa análise. A Sedur informou também que a apuração será criteriosa no que diz respeito à responsabilidade social. (G1/BA)