Petrobras encerra atividades em fábrica de fertilizantes no Paraná

Foto: Geraldo Falcão/Agência Petrobras
Foto: Geraldo Falcão/Agência Petrobras

A Petrobras decidiu nesta terça-feira (14) encerrar com as atividades da fábrica de fertilizantes localizada em Araucária, no Paraná. A companhia informou que tentou vender a subsidiária Araucária Nitrogenados (Ansa), mas não conseguiu se desfazer do ativo.

Segundo a Petrobras, a fábrica estava gerando prejuízos desde que foi adquirida, em 2013. Em nota, a estatal declarou que resultados da Ansa demonstram uma falta de sustentabilidade do negócio.

Somente de janeiro a setembro do ano passado, diz a nota, o prejuízo foi de quase R$ 250 milhões. Para o fim deste ano, as previsões eram de resultado negativo superior a R$ 400 milhões.

No contexto atual de mercado, a matéria-prima usada na fábrica – resíduo asfáltico – está mais cara do que seus produtos finais (amônia e ureia), e as projeções para o negócio continuam negativas. A Ansa é a única fábrica de fertilizantes do país que opera com esse tipo de matéria-prima.

Desligamento de pessoal

Como a fábrica de fertilizantes é o único ativo da Ansa, todos os 396 empregados serão desligados. Além das verbas rescisórias legais, eles receberão um pacote adicional composto de valores entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, proporcional à remuneração e ao tempo trabalhado.

Além disso, serão mantidos por até 24 meses os planos médico e odontológico, o benefício farmácia e o auxílio educacional. Eles terão também assessoria especializada de recolocação profissional.

Quando adquirida pela Petrobras, a Ansa já contava com o atual quadro de empregados. Na manhã desta terça, o assunto foi discutido com representantes sindicais da categoria.

Petroleiros

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o fechamento da Ansa fará a agroindústria brasileira depender mais da importação de fertilizantes. Junto com duas fábricas de fertilizantes arrendadas pela Petrobras em 2019, na Bahia e em Sergipe, a unidade de Araucária garantia o abastecimento de cerca de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia.

Para o diretor da FUP, Deyvid Bacelar, com o fechamento da Ansa e o arrendamento das fábricas da Bahia e de Sergipe, a agroindústria brasileira vai ficar nas mãos dos importadores de amônia e ureia, base para a produção de fertilizantes.

“O país coloca em risco sua segurança e soberania alimentar. As fábricas de fertilizantes serviam como lastro para agroindústria escolher onde comprar”, disse Bacelar.

Segundo ele, a agroindústria agora ficará à mercê das oscilações no mercado internacional, da variação do dólar e do aumento dos preços dos fertilizantes no mercado interno. (Bahia.Ba)

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