A Federação Única de Petroleiros e o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) anunciaram para o próximo sábado, 26, o início de uma greve nacional da categoria. Lideranças dos trabalhadores do setor consideram que a Petrobrás está sendo intransigente em relação às suas reivindicações. Agora, prometem parar a produção em 72 horas, se a estatal não mudar de posição.
A empresa oferece reajuste salarial abaixo da inflação (70% do INPC) e quer migrar seus empregados para a nova legislação trabalhista. Com isso, quem ganha salários mais altos, por exemplo, poderia perder o reajuste do acordo.
As negociações começaram em maio e foram levadas à Justiça do Trabalho em agosto. A maioria das assembleias dos empregados da Petrobrás rejeitou a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A exceção foi o Sindipetro RJ, que representa cerca de um terço dos trabalhadores da estatal. A entidade, porém, alegou pressão da Petrobrás sobre os trabalhadores e encaminhou nesta terça, 22, documento ao TST. Nele, questiona o resultado da assembleia que realizou sobre o tema. Também pediu mais prazo para sua manifestação final.
Segundo o documento, ao todo votaram 9.426 filiados ao Sindipetro-RJ, sendo que 4,756 votos a favor do acordo, 4.591 contra e 79 abstenções/votos brancos e nulos. A direção do sindicato argumenta que o número de votantes foi atípico, muito acima do que normalmente acontece. Sugere que a Petrobrás atuou para colocar empregados favoráveis ao acordo nas assembleias, o que teria distorcido o resultado.
Apesar de sua assembleia aceitar o acordo do TST, o Sindipetro RJ aprovou, assim como as assembleias da FUP, a greve a partir do dia 26, se a estatal não melhorar a proposta para o Acordo Coletivo do Trabalho (ACT) 2019. O resultado já foi comunicado à empresa, segundo a FUP.
Nem a Petrobrás nem o TST retornaram os pedidos de entrevistas. (O Estadão)