O petróleo cru que atingiu as praias do Nordeste foi responsável pela redução de quase 47% no número de espécies invertebradas nos recifes de corais das regiões de Guarajuba, Itacimirim, Praia do Forte e Praia de Abaí, localizadas na Linha Verde, na Bahia. A constatação foi do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que monitora a área desde 1995. Os resultados fora divulgados nesta segunda-feira (25).
De acordo com o Ibio-Ufba, os corais foram as espécies mais afetadas. A instituição identificou que eles branquearam 10 vezes mais do que o normal. A taxa anual de branqueamento deles nestas regiões é de 5% a 6% e chegou a quase 52%. Conforme reportage do Correio, a condição é preocupante porque sinaliza que o coral está doente ou perto de morrer.
“Quando um coral está saudável, ele fica rosado ou cor de café. Qualquer distúrbio diferente, o coral pode perder a cor ou ficar totalmente branco. O branqueamento nesses locais acontece por aumento abrupto da temperatura do mar ou pela incidência de radiação solar sobre os corais. Não houve registro de anomalia da temperatura do mar e nem da irradiação solar. Para a gente, sobrou o agente químico: o óleo. A nossa desconfiança é que o óleo causou a morte dos corais”, explicou o professor Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia (Ibio).
Os índices são resultado do trabalho de sete pesquisadores que avaliaram uma área total de 140 m², sendo 35m² em cada local. (BN)