Petrópolis: número de mortos chega a 106; há 140 desaparecidos

Foto: Divulgação

As fortes chuvas que causaram deslizamentos e enchentes em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, deixaram rastro de destruição e mais de 100 mortos. Até as 13h30 desta quinta-feira (17/2), foram confirmados 106 óbitos. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) informou que, pelo menos, 140 pessoas seguem desaparecidas.

Bombeiros seguem nas buscas pelas vítimas. O cenário é de guerra na cidade. Além das vidas perdidas, dezenas de casa foram derrubadas. A força da água “varreu” tudo que encontrou pela frente, como mostram vídeos feitos pelos moradores.

Entre as vítimas, há pelo menos oito crianças. Dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens.

Quem conseguiu escapar dos efeitos das mais de seis horas de chuva, que tiveram início na tarde de terça-feira (15/2), agora lamenta os conhecidos que estão desaparecidos e contabiliza os prejuízos.

“Entre vizinhos, amigos e conhecidos mais próximos, são 10 pessoas que sumiram, de idosos a crianças. Vemos os corpos serem recolhidos e não sabemos de quem se trata. É muito ruim”, desabafa Tânia Maria dos Santos, de 60 anos.

Moradores do Morro da Oficina relataram cenas de terror durante a forte chuva que atingiu o local. Priscila Martins, de 36 anos, que mora há mais de três décadas na região, diz que nunca havia presenciado nada semelhante.

“Parecia um terremoto”, relatou ao Metrópoles, afirmando que duas ex-alunas, ambas de 16 anos, desapareceram. “Já sei que a filhinha de uma amiga morreu, ainda tem minhas ex-alunas soterradas.”

Cerca de 400 bombeiros trabalham na região ao lado de moradores, que atuam como voluntários e ajudam nas escavações.

Nesta quinta, um dia após a tragédia no Morro da Oficina, moradores buscam por algum pertence restante e de notícias sobre amigos e familiares que seguem desaparecidos.

Alef Matheus, de 23 anos, tem um amigo desaparecido, que se chama Gustavo. O jovem e sua família não tiveram a casa atingida, mas o acesso até o local foi comprometido. Ele relata o sofrimento de ver tudo destruído.

“É um caminho difícil, com muita lama, pedra e água. É muito triste ver que aqui, onde cresci, está completamente destruído”, disse ao Metrópoles. (Metrópoles)

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