O desrespeito ao distanciamento físico foi o estopim de uma enorme briga na praia de Blankenberge, na costa da Bélgica, neste sábado (8). A polícia tentou intervir e foi atacada por banhistas. Várias pessoas foram presas.
A briga começou quando a polícia tentou conscientizar um grupo de jovens que não respeitava o distanciamento físico na areia. As autoridades tentaram retirá-los da praia, mas, irritados com a intervenção, os banhistas atacaram as forças de ordem.
Rapidamente a areia se transformou em um campo de batalha. A polícia teve de pedir reforços e cerca de 120 homens foram mobilizados. Imagens filmadas por testemunhas e postadas nas redes sociais mostram os banhistas atacando as forças de ordem com areia, cadeiras de praia e guarda-sóis. Os policiais levaram alguns minutos para conter a situação, que terminou com vários banhistas detidos.
“Essa situação não pode continuar. Fazemos tudo para manter a segurança na nossa estação balneária e agora acontece isso”, reclamou Daphné Dumery, prefeita da cidade, conhecida por sua praia popular. Ela convocou uma reunião para adotar novas medidas de segurança. As autoridades locais tentam impedir a chegada de turistas de passagem na estação balneária, inclusive com a interrupção do serviço de trens entre 9h e 16h.
Acesso limitado às praias
A cidade vizinha Knokke-Heist, já na fronteira com a Holanda, que registrou incidentes similares, também anunciou medidas para impedir a entrada de “turistas de um dia”, que chegam nas estações balneárias pela manhã e partem no final da tarde. Pedágios foram instalados nas entradas das cidades e, a partir deste domingo (9), estão autorizados a entrar apenas moradores, famílias que alugaram casas de veraneio ou clientes com diárias confirmadas em hotéis.
Desde sábado, os belgas invadiram as praias para enfrentar as temperaturas de mais de 35°C registradas na região. Um contexto que não contribui para o respeito das medidas de prevenção impostas pelo governo.
A Bélgica conta, proporcionalmente, com um dos mais altos índices de contaminação pela Covid-19. O país de 12 milhões de habitantes registrou 9.852 mortes e 70.648 casos desde o início da pandemia, tornando-o um dos lugares do mundo com maior incidência (85 óbitos para cada 100 mil habitantes). (G1)