O senador Jaques Wagner anunciou que não vai concorrer ao Governo da Bahia. A decisão foi divulgada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em reunião extraordinária nesta segunda-feira (28).

Além de ter provocado revolta em praticamente toda a seção baiana do PT, a decisão das duas principais lideranças do partido no Estado de cederem a cabeça da chapa ao governo ao senador Otto Alencar (PSD) causou perplexidade nacionalmente na sigla e só não será revertida se o senador Jaques Wagner (PT) não quiser.

É incrível como a política é mutante. Até a última sexta-feira, o senador Jaques Wagner não apenas tinha comunicado a aliados a decisão de não mais ser candidato ao governo como já teria assumido participar da coordenação de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de voltar ao Palácio do Planalto. No final de semana, sobraram mobilizações de petistas “clamando” por Wagner candidato a governador e empurrando para o arranjo original, com Otto Alencar (PSD) buscando a reeleição. Esse esforço expõe a fragilidade da coesão do grupo e facilita a vida de ACM Neto (UB), caso o adversário saiba explorar essa crise.

Neste domingo (27), o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), voltou para as redes sociais para celebrar aniversário de 76 anos. 

Ainda indignados com a repentina retirada da candidatura do senador Jaques Wagner (PT) ao governo, setores e deputados do PT prometem trabalhar para, segundo suas próprias palavras, diminuir o impacto do ‘estrago’ e indicar a vice na chapa encabeçada pelo senador Otto Alencar (PSD) à sucessão estadual, cargo reservado para escolha do atual vice-governador João Leão (PP) dentro do acordo para assegurar a manutenção da aliança entre os três partidos.

O governador Rui Costa (PT) lidera a nova pesquisa de intenção de votos para o Senado. De acordo com o instituto Real Time Big Data, em pesquisa divulgada pela TV Record Itapoan nesta quarta-feira (23), o petista tem 46% das intenções de voto.

O “bate cabeça” na base petista (veja aqui) pode resultar em dissidentes do projeto eleitoral deste ano. O PP pode ser o primeiro a desembarcar no arco de apoio e iniciar relações com o União Brasil, do pré-candidato ao governo da Bahia ACM Neto, tendo como elo o deputado federal Cacá Leão (PP), filho do vice-governador e secretário estadual de Planejamento João Leão. 

Após o ‘Monitor da Violência’ do portal G1 apontar que a Bahia segue liderando o índice de mortes violentas no Brasil, o ministro da Cidadania e pré-candidato ao governo do estado, João Roma (Republicanos), utilizou as redes sociais, nesta segunda-feira (21), para criticar a gestão do PT. Por meio do Twitter, o ministro disse que a Bahia é, “mais uma vez a notícia negativa da vez” em relação a segurança pública.

Em entrevista que foi ao ar na segunda-feira (21), no Globo News, o governador Rui Costa não cravou a candidatura de Jaques Wagner ao Governo do Estado e voltou a colocar o seu nome à disposição para disputar o Senado nas próximas eleições.

O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil) cobrou, nesta segunda-feira (21), do governo do Estado respostas sobre a Bahia liderar, pelo terceiro ano consecutivo, o número de mortes violentas no Brasil.