A população do Brasil vai começar a diminuir a partir de 2042, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2041, o país deverá ter o maior número de habitantes, com cerca de 220,43 milhões de pessoas.
Segundo o IBGE, a população vai crescer cada vez mais devagar até 2041. Depois disso, começará a cair aos poucos, até diminuir em cerca de 0,7% ao ano em 2070, quando a população deve ser de 199,23 milhões.
“O crescimento da população era maior no começo dos anos 2000, com uma taxa acima de 1%. Agora, está chegando perto de zero. Isso acontece porque o número de mortes vai superar o de nascimentos”, explicou Marcio Minamiguchi, pesquisador do IBGE.
Alguns estados, como Alagoas e Rio Grande do Sul, já começarão a perder população a partir de 2027, e o Rio de Janeiro em 2028. Por outro lado, estados como Roraima e Santa Catarina continuarão a crescer até 2063. Mato Grosso deve crescer até 2070.
Antes, o IBGE previa que a população só começaria a diminuir em 2048, com um pico de 233,23 milhões de pessoas em 2047. Mas as novas estimativas, feitas com base nos Censos de 2000, 2010 e 2022, mostram uma mudança.
Por exemplo, em 1º de julho de 2022, a população do Brasil foi ajustada para 210,86 milhões, um pouco acima dos 203 milhões estimados inicialmente.
Reposição Populacional e Taxa de Fecundidade
Marcio Minamiguchi também explicou que essa queda na população está ligada à redução do número de filhos por mulher. Em 2023, a média era de 1,57 filho por mulher, abaixo da taxa considerada ideal para manter a população (2,1 filhos por mulher).
Em 2000, a média era de 2,32 filhos por mulher, o que indicava que a população iria crescer. Em 2010, essa taxa caiu para 1,75 filho, e em 2020, para 1,66.
Em 2023, apenas Roraima tinha uma taxa de fecundidade acima do necessário para manter a população, com 2,26 filhos por mulher. O Rio de Janeiro tinha a menor taxa, com 1,39 filho por mulher. A previsão é que essa taxa continue a cair até 2041, chegando a 1,44 filho por mulher.
Maternidade Mais Tardia
As novas projeções do IBGE também mostram que as mulheres estão tendo filhos mais tarde. Em 2000, a média de idade para ter o primeiro filho era de 25,3 anos. Em 2020, essa média subiu para 27,7 anos, e a previsão é que em 2070, a média seja de 31,3 anos.
“A fecundidade está acontecendo mais tarde. Hoje, a maioria das mulheres tem filhos entre 25 e 29 anos porque estão adiando a maternidade”, disse a pesquisadora do IBGE, Luciene Longo.