Por que a vida sexual de pessoas 50+ é repleta de tabus? Expert avalia

Com o aumento da expectativa de vida e a mudança nas dinâmicas sociais, cada vez mais pessoas maduras buscam uma vida sexual ativa.

Nos últimos anos, a sexualidade, de modo geral, tem ganhado espaço nas discussões sobre saúde e bem-estar. Com o aumento da expectativa de vida e a mudança nas dinâmicas sociais, cada vez mais pessoas maduras buscam uma vida sexual ativa. No entanto, essa busca não vem sem desafios.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a população de 60+ no Brasil ultrapassa os 30 milhões. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais, 40% dos homens e 20% das mulheres acima dessa idade ainda são sexualmente ativos.

Esses números indicam que a sexualidade é uma parte importante da vida, apesar de ser frequentemente cercada de tabus e preconceitos. Dos participantes da pesquisa, apenas 15% se sentem confortáveis para discutir o tema. Além disso, 40% dos entrevistados relataram sentir-se envergonhados ao falar sobre suas necessidades e desejos sexuais.

Para a sexóloga Sarita Milaneze, isso acontece porque a nossa sociedade cresceu com a cultura de que o sexo para a mulher é apenas reprodutivo. “As pessoas associam o sexo com a vida reprodutiva da mulher, que vai da menarca até a menopausa. Mas, hoje, sabemos que o prazer sexual da mulher vai muito além da reprodução, que existe sexo para prazer sem ter o fim reprodutivo”, explica a especialista.

Sexo depois dos 50

Entre as principais dificuldades enfrentadas por essa faixa etária estão questões físicas que impactam a vida sexual feminina e masculina. Principalmente diminuição da libido, disfunção erétil e menopausa. Para as mulheres, é ainda mais complicado, pois fatores emocionais, como a solidão e a perda de parceiros, também influenciam negativamente a sexualidade na terceira idade.

google news