Isso depende de muita coisa: da cor da areia e do sedimento no leito do mar – que podem ser bem acinzentados –, do material orgânico que os seres vivos daquela região liberam e até da profundidade daquela região liberam e até da profundidade da praia.
Qualquer grande quantidade de água limpa é azul, porque as moléculas de H2O funcionam como um filtro de luz solar: elas pegam a luz branca emitida pela estrela, que contêm todas as cores, absorvem algumas delas (como vermelho, laranja e amarelo) e refletem outras – principalmente o azul.
Aquela história de que o mar é azul porque reflete a cor do céu, portanto, é balela. As próprias moléculas de água é que são boas em espalhar a cor azul (assim como as moléculas que compõe o ar, diga-se de passagem, motivo pelo qual o céu é azul).
Águas mais profundas são azul escuro, águas rasas são de um azul mais claro. Águas próximas à foz de um rio podem ser amarronzadas por causa do barro, enquanto águas com muitas algas e bactérias fotossintetizantes ficam esverdeadas.
Por fim, praias rasas com areia muito clara dão a impressão de ter água mais translúcida, porque a luz solar bate no leito e volta para nossos olhos sem dificuldade.
Por fim, praias rasas com areia muito clara dão a impressão de ter água mais translúcida, porque a luz solar bate no leito e volta para nossos olhos sem dificuldade.
Após 1 km de profundidade, mais ou menos, a luz solar não consegue mais penetrar nos oceanos. Esse é o limiar da zona afótica (“a-” é uma partícula de negação e “-fótica” vem da palavra grega que significa luz: photos. Ela também está embutida em “fotografia” e “fóton”).
Por lá, é tudo absolutamente escuro e praticamente não existem mais algas ou cianobactérias fotossintetizantes, que fabricam seu alimento usando energia solar.
95% do volume total dos oceanos é afótico, ou seja: o mundo de corais, tartarugas, cardumes, baleias, golfinhos e tubarões que você conhece (e que, de fato, corresponde à maior parte da matéria viva dos oceanos) ocupa apenas 5% do total de espaço disponível.
A biodiversidade da zona afótica é bem mais esparsa e bizarra: há polvos gigantescos, peixes caçadores com luz própria (o que os biólogos chamam de bioluminescência), colônias de microorganismos que baseiam seu metabolismo em reações químicas (os seres quimiolitoautotróficos) e por aí vai.
Fontes: texto “By 2100, the ocean will be a different color”, do Museu da Flórida; mostra “Why is the ocean blue” no museu virtual WebExhibits; National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos EUA.
Por Caio César Pereira, Bruno Vaiano / Superinteressante