O Vaticano anunciou, nesta segunda-feira (21), a morte do Papa Francisco, aos 87 anos. A notícia pegou muitos de surpresa, embora o pontífice já enfrentasse sérios problemas de saúde nas últimas semanas, chegando a ser internado.

No domingo de Páscoa (20), ele ainda apareceu brevemente na sacada da Basílica de São Pedro para saudar os fiéis: “Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!”, disse com esforço visível.

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, havia retirado parte do pulmão na juventude, o que agravava seu quadro respiratório nos últimos anos. Ele foi o primeiro papa latino-americano da história, eleito em março de 2013.

Em uma entrevista à emissora argentina C5N, pouco após a eleição do irmão, María Elena, única irmã viva do pontífice, revelou que Francisco não queria o papado. “Foi um choque muito forte, que ainda estou vivendo. Não esperava que fosse eleito Papa. Pobre homem, a emoção que deve sentir escutando toda essa gente gritar ‘viva o Papa’!”, disse, à época.

Segundo María Elena, o irmão jamais demonstrou vontade de assumir o posto mais alto da Igreja Católica. Em 2005, quando foi cogitado como sucessor de João Paulo II, ela chegou a rezar para que ele não fosse escolhido.

O próprio Papa já havia confirmado esse sentimento. Em junho de 2014, durante um encontro com estudantes, disse a uma criança que perguntou se ele queria ser Papa: “Eu não queria. Quem quer ser papa não ama a si mesmo. E Deus não o abençoa”.

Francisco deixa como legado um papado marcado pelo foco em justiça social, acolhimento aos mais pobres e aproximação da Igreja com questões contemporâneas, além de uma firme defesa do meio ambiente.

Sua morte encerra um capítulo histórico, de um pontífice que rompeu paradigmas, mas que, segundo a irmã, jamais desejou carregar o peso da Túnica de Pedro.