Praça dos Três Poderes passará por primeira grande restauração desde 1960

Projeto do Iphan prevê R$ 22 milhões em obras, com início em julho; intervenção busca preservar legado histórico e reforçar segurança após vandalismo de 2023

Foto: Divulgação

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou nesta quinta-feira (24) o projeto de restauração da Praça dos Três Poderes, em Brasília, atingida por atos de vandalismo durante os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. As obras estão previstas para começar em julho deste ano, com conclusão estimada para o segundo semestre de 2026.

Com um investimento total de R$ 22 milhões, viabilizado pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a restauração será a primeira desde a fundação da capital federal, em 1960, a considerar integralmente os aspectos arquitetônicos e históricos da praça, idealizada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

Entre as principais intervenções previstas estão a recuperação do piso e de estruturas danificadas, o restauro de obras de arte e monumentos, melhorias na iluminação, acessibilidade, drenagem e sinalização. Haverá ainda a instalação de novas câmeras de vigilância e substituição de bancos.

Serão restauradas obras como a escultura “Os Candangos”, o Museu da Cidade, os monumentos de Israel Pinheiro, Juscelino Kubitschek e Tiradentes, além do Pombal, do espaço Lúcio Costa e do Marco Brasília.

De acordo com o presidente do Iphan, Leandro Grass, o objetivo é garantir mais conforto sem descaracterizar o projeto original da praça. “É necessário que o local esteja seguro. Durante os ataques, pedras portuguesas do piso foram usadas como arma contra policiais”, lembrou.

As prioridades da restauração foram definidas com base em consulta popular, que ouviu pouco mais de 100 cidadãos sobre as melhorias desejadas.

Além do projeto na Praça dos Três Poderes, o Novo PAC também destinará R$ 500 mil para o Museu Vivo da Memória Candanga e R$ 200 mil para o Catetinho, em parceria com o governo do Distrito Federal.

A iniciativa federal de assumir a reforma foi motivada por críticas da primeira-dama Janja Lula da Silva quanto ao abandono do local, que apresentava pedras soltas, mato alto, estruturas danificadas e manchas.

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