Em cerimônia realizada neste sábado, 16, o hasteamento da bandeira azul mostra que o óleo que atingiu as praias do nordeste não foi suficiente para impedir que uma das praias da Bahia fosse reconhecida por ter altos padrões. Subdividido em quatro temas: qualidade da água, gestão ambiental, educação ambiental e segurança, o Programa Bandeira Azul promove o desenvolvimento sustentável em áreas de água doce e marinhas, tornando-se um rótulo ecológico respeitado e reconhecido mundialmente.
Na cerimônia, estavam presentes Leana Bernardi, coordenadora nacional do Bandeira Azul; Luciano Pitta, titular da 5ª promotoria de Camaçari, especializada em urbanismo e meio ambiente; Elenilson de Jesus, presidente da União da Pessoa com Deficiência de Camaçari e Luciano Neves, síndico do condomínio Paraíso, que sediou a cerimônia.
Autoridades estaduais e municipais também compareceram ao hasteamento, dentre elas o Secretário de Turismo de Camaçari Gilvan Souza, o presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Geraldo Júnior, o presidente da Bahia Pesca, Marcelo Oliveira e o presidente da Associação dos Condomínios de Guarajuba (Ascon), Pompilio Viana.
Para o síndico Luciano Neves, o hasteio da bandeira azul em Guarajuba é motivo de comemoração. “A praia de Guarajuba recebeu a maior certificação de praia limpa do mundo. Isso pra gente é motivo de festa, orgulho e satisfação. Agora é curtir os benefícios de valorização ambiental, social, imobiliária, educação ambiental e aumentar o grau de conscientização nas pessoas”, afirmou
Alguns dos critérios exigidos pela Foundation for Environmental Education (FEE), ONG que promove o desenvolvimento sustentável, são atividades de educação ambiental oferecidas e divulgadas aos usuários da praia, aumentando a conscientização e a preocupação dos usuários (moradores e visitantes) com o meio ambiente. A escolha do local da cerimônia, o Condomínio Paraíso, mostra como os núcleos estão bem integrados:
Durante a temporada Bandeira Azul, a bandeira deve estar hasteada diariamente na praia não apenas como símbolo do programa, mas também uma indicação de conformidade: ela deve permanecer durante o período em que todos os serviços essenciais ao cumprimento dos critérios estão disponíveis. Deverá haver, inclusive, sinalização indicando os horários de funcionamento de serviços como guarda-vidas e banheiros por exemplo.
Coordenadora nacional do programa, Leana Bernardi diz que a bandeira fica hasteada agora em 2019 e seguirá durante o ano 2020. Porém, caso haja um possível retorno das manchas de óleo ao local, a bandeira será abaixada.
“Quem faz a gestão de qualidade da água é o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Eles emitiram uma nota oficial afirmando que não havia presença de óleo, então a princípio a gente vai seguir essa recomendação. Caso eles comuniquem que a água está contaminada, a bandeira é abaixada, até sabermos se há um novo problema”, explica.
Elenilson, Presidente da União dos Deficientes de Camaçari (Udec) destaca o apoio do programa e do condomínio às pessoas com deficiência. “A Bandeira Azul tem dado bastante apoio a pessoa com deficiência ter o seu momento de lazer”, conta.
Segundo Adolfo Nery, conselheiro do condomínio e veranista há 35 anos, a organização da comunidade de Guarajuba é uma das grandes responsáveis pela certificação. “A gente sempre procurou respeitar regras da prefeitura aprovadas no Plano Diretor de 40 anos atrás. Os condomínios sempre discutem melhorias, e foi em uma dessas discussões que nós entendemos que a Bandeira Azul viria para somar”, afirma.
Por fim, o titular da 5ª promotoria de Camaçari, Luciano Pitta, ressalta que para manter a certificação de praia limpa, é preciso em primeiro lugar, conta com a educação ambiental da população.
“Friso bastante na questão da educação ambiental, para evitar a poluição das prais. Não adianta fazer a limpeza se as pessoas continuarem poluindo. O hasteamento pode ser revogado se os requisitos não forem cumpridos. Essa conquista é muito importante do ponto de vista simbólico, mas tem que ser também uma simbologia de luta para os indicadores permanecerem”, pede. (A Tarde)