O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) manteve a trajetória de alta iniciada em maio do ano passado e acelerou para 2,94% em março. É o maior nível para o mês desde o início do Plano Real, criado em julho de 1994.
A variação de março fez o indicador aumentar 31,1% no acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, 30, pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
O percentual deve incidir no reajuste dos contratos de locação atrelados ao IGP-M com vencimento em abril. O inquilino, no entando, deve tentar renegociar o tamanho do aumento com o proprietário.
Inquilinos, por exemplo, que pagam mensalmente um aluguel no valor de R$ 1.500 vão passar a desembolsar R$ 1.966,50 (+R$ 466,5) todos os meses para seguir morando no mesmo imóvel.
De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, o avanço do IGP-M em março contou com a aceleração nos preços de todos os índices que integram o indicador.
O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já passaram a utilizar a inflação oficial para reajustar os novos contratos de aluguel. Quem deseja fugir da alta considerável, uma saída é negociar a melhor forma para evitar que os pagamentos pesem no bolso de inquilinos e proprietários. (A Tarde)