Gestor da cidade com menor população do estado, Maetinga, no sudoeste, Edcarlos Lima Oliveira, considerou equivocada a proposta do governo federal de extinguir cidades com até 5 mil habitantes.
“Do ponto vista geral a proposta é equivocada porque não vai se resolver o problema do país diminuindo municípios”, criticou Oliveira em entrevista ao Bahia Notícias nesta sexta-feira (8). O gestor também contesta a contagem do IBGE que colocou a cidade na última das 417 do estado, com 3.161 habitantes, na estimativa divulgada neste ano.
“A grande questão aí é da estimativa. O IBGE não faz censo há quase dez anos. De 2010 para cá só está havendo estimativas para baixo. Nós questionamos isso ao IBGE porque a gente não tem apenas esse número colocado na estimativa. No nosso levantamento da saúde do município, sobre a população que é atendida, são 7,3 mil pessoas em média. Esses são os nossos dados reais”, afirmou. No último censo, feito em 2010, o município contava com 7.038 moradores.
Para o gestor, a proposta deve ser rediscutida. Edcarlos propõe outra divisão do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como forma de impedir que os municípios com poucos habitantes sejam sacrificados. “Dá para se rediscutir outras formas de conter despesas, mas não acabando com os municípios que demoraram anos para se tornar independentes e em uma canetada podem se acabar”, contestou.
Nesta semana, o governo Bolsonaro apresentou a proposta de extinção de municípios com população abaixo de 5 mil habitantes. O argumento é que muitas cidades nesta condição não tem sustentabilidade financeira e mantém gastos elevados, com despesas de prefeitura, secretarias e Câmara de Vereadores. (BN)