Sobre o Nordeste, Lula e Bolsonaro falaram sobre a transposição do Rio São Francisco e os impactos dos programas Bolsa Família e Auxílio Brasil
Corrupção, pandemia e violência foram alguns dos assuntos mais abordados no primeiro debate da corrida presidencial neste segundo turno. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram no domingo (16), à noite, em pool organizado pelas TVs Bandeirantes e Cultura, portal UOL e jornal Folha de S.Paulo. Durante uma hora e 40 minutos, o atual presidente e o ex-chefe do Executivo federal entre 2003 e 2010 discutiram as ações de suas respectivas gestões e atacaram medidas do rival.
O petista responsabilizou o atual governo por ter atrasado a compra de vacinas durante a pandemia de Covid-19. Já Bolsonaro acusou o petista de corrupção na Petrobras e reiterou tese apresentada no programa de TV de que o ex-presidente seria o favorito entre os presidiários.
O Nordeste foi um tema à parte no encontro. Bolsonaro destacou ter concluído a transposição, que deveria ter sido finalizada em 2010. Já Lula ressaltou que entregou 88% do empreendimento executado e cobrou projetos novos da atual gestão. Os dois adversários do segundo turno falaram ainda dos programas de transferência de renda que criaram, o Bolsa Família (Lula) e o Auxílio Brasil (Bolsonaro).
A pandemia foi o principal tema do primeiro bloco. Os candidatos podiam fazer perguntas um ao outro e administravam o próprio tempo, de 15 minutos para cada um. Lula afirmou que Bolsonaro “atrasou” a compra de vacinas. “É uma vergonha, na verdade, você carregar nas costas 400 mil mortes que poderiam ter sido evitadas se tivesse comprado vacina no tempo certo. A ciência fala isso todo dia”, disse o ex-presidente. Ele ainda citou declarações de Bolsonaro durante a pandemia, entre elas a que chamou a Covid-19 de uma “gripezinha”.
O atual presidente defendeu que “todos que quiseram tomar vacina tomaram”. O atual presidente negou que tenha atrapalhado o enfrentamento da doença, alegando que foi contra a proposta de protocolo do primeiro ministro da Saúde durante a pandemia, Luiz Henrique Mandetta. “(O Brasil) Foi um dos países que mais vacinou no mundo”, disse, mencionando, em seguida, que o governo disponibilizou mais de 500 milhões de doses à população.
Bolsonaro acusou os governos petistas de corrupção e afirmou que o Petrolão foi “o maior esquema de corrupção da história da humanidade”. O candidato do PL disse que o governo Lula começou a construção de refinarias e não terminou, “jogando bilhões de reais pelo ralo”. “Esses ladrões devolveram R$ 30 bilhões, fora o que não foi achado”, completou Bolsonaro. Em resposta, Lula argumentou que, “se houve corrupção na Petrobras, não precisava ter quebrado as empresas como quebraram”. “Não tenho nenhum problema de explicar o Petrolão”, garantiu Lula.(Bahia.ba)