Um diretor do setor de veículos do Departamento Estadual do Estado de São Paulo, foi preso temporariamente nesta quarta-feira (21). Ele é apontado pela polícia como chefe de um esquema de fraudes que faturou ilegalmente milhões. Um soldado da Polícia Militar que trabalhava no departamento e três donos de empresas despachantes foram detidos sob a mesma suspeita, além dele.
As detenções ocorreram na primeira fase da operação Gravame. A operação tem o intuito de combater fraudes no sistema do Detran e da Prodesp, empresa de tecnologia do governo estadual. Os servidores serão preventivamente afastados, segundo o órgão de trânsito.
De acordo com a polícia, na casa do diretor foram apreendidos R$ 100 mil em dinheiro, R$ 500 mil em cheques, além de uma pistola calibre 380 com a licença vencida. Também foram apreendidas quatro armas de airsoft. O esquema investigado pela Polícia Civil facilitava, mediante pagamento, a venda de veículos, incluindo de pessoas mortas, além de emitir CNHs (carteiras de habilitação) sem que as pessoas precisassem comparecer às aulas teóricas ou práticas em autoescolas.
O grupo conseguiu faturar cerca de R$ 2,4 milhões, desde abril do ano passado, quando as investigações começaram, de acordo com a Divisão de Capturas do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas). “A média cobrada [pela quadrilha] para liberar a venda [irregular] de veículos era de R$ 2.000 e o valor para emitir CNHs, sem exame, R$ 7.000. Eles fraudavam tudo”, afirmou a delegada Ivalda Aleixo, titular da Divisão de Capturas. Pelo menos, desde 2019 o esquema vinha ocorrendo em todo o estado de São Paulo.
O soldado da PM é suspeito de fazer a ponte entre solicitantes do serviço ilegal e despachantes. “Na mesa [de trabalho] do PM, foram localizadas digitais, feitas com cola quente, para fazer a biometria em aulas para CNH. Essa era mais uma forma de fraudar esses sistemas do Detran”, acrescentou Ivalda Aleixo. As investigações prosseguem para que a polícia identifique o total de irregularidades realizadas e valores recebidos pela quadrilha. (BNews)