‘Quem mais deu voz foi o CQC’, lamenta Monica Iozzi sobre ‘poder’ de Bolsonaro; assista

Foto: Reprodução / Globo

A atriz Monica Iozzi foi a convidada do programa Conversa com Bial desta terça-feira (2) e confessou ter se arrependido do espaço que deu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando ela repórter do extinto programa CQC, da Band. Na época, ele ainda era deputado estadual.

“Bolsonaro foi muito mais inteligente do que eu”, analisou. “Ele sabia que podia se utilizar da oportunidade que o programa proporcionava para espalhar o seu discurso. Ele ainda não era um cara muito conhecido, então para ele era bom. ‘Vou divulgar aqui minhas ideais nessa plataforma'”.

No humorístico, a artista costumava fazer reportagens nos corredores do Congresso Nacional, em Brasília. Ela lamentou que, tentando denunciar a pouca instrução dos parlamentares brasileiros, tenha dado visibilidade para eles. “Quem mais deu voz a Jair foi o CQC, a gente não pode se eximir dessa culpa e, sim, eu me arrependo de ter falado com ele tantas vezes”, afirmou. Bial então perguntou se quem trabalha na televisão deveria aprender a fazer autocrítica. “Ingenuidade soa estranho, já era uma mulher de 28 anos, sabia o que estava fazendo, apesar de não ser jornalista”, ponderou.

“Mas nunca consegui ter essa visão mais ampla, pensando a médio e longo prazo, de que, ao invés de estar fazendo aquela denúncia, estaria dando palanque, aumentando o alcance daquele discurso. A minha vontade sempre foi de denunciar, de mostrar como era possível ter um parlamentar com esse nível intelectual. A gente queria mostrar o quanto o trabalho dele era irrelevante”, garantiu.

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