Rafaela Silva não conteve o choro ao falar pela primeira vez sobre o resultado positivo em exame antidoping realizado durante os Jogos Pan-Americanos no mês passado.
Em entrevista ao Esporte Espetacular, a judoca de 27 anos, que pode levar uma suspensão de 2 anos por conta do doping, confessou que a possibilidade de não poder participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 é dolorosa.
“Para tudo na vida, independente se o resultado é positivo ou negativo, a gente fica feliz e satisfeito com a cabeça de “eu tentei”. Não consegui, mas eu tentei. E a possibilidade de não poder tentar realizar o sonho que é uma nova medalha olímpica machuca bastante. É algo que procuro não pensar muito”, disse.
A judoca testou positivo para o uso da substância proibida fenoterol, que tem efeito broncodilatador. Segundo o Esporte Espetacular, a suspeita é de contaminação possa ter acontecido a partir do contato com um bebê que fazia uso de um medicamento contra asma.
Apesar da tensão em saber a punição pelo doping, a atleta afirma que está se concentrando nos treinos e a sua principal preocupação é a classificação para Tóquio.
“Estou pensando no meus treinos todos os dias, fico focada nos meus treinos e nas competições que ainda tenho este ano. Algumas competições que tenho previstas para o ano que vem, que é o final da classificação olímpica que encerra no dia 20 de maio. E minha maior preocupação é treinar e competir, para deixar que o advogado faça a parte dele, que é provar minha inocência. E poder classificar tranquila para a Olimpíada de Tóquio 2020”.
Em 2012, Rafaela foi desclassificada na segunda luta após aplicar um golpe proibido. Na época a atleta foi vítima de ataques racistas. Quatro anos depois a judoca conquistou a medalha de ouro nos Jogos do Rio 2016. (bahia.ba)