Registros no Samu de queda de idosos crescem na pandemia

Foto: Divulgação

Além dos cuidados por conta do novo coronavírus, cresceu o número de acidentes domésticos, principalmente quedas, entre as pessoas com mais de 60 anos. Antes dos efeitos da pandemia, em janeiro e fevereiro deste ano, os atendimentos feitos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Salvador, foi de 127 casos por mês. Já em maio, o total foi 188 registros, representando aumento de 48%.

“Uma coisa comum do período é a síndrome do confinamento, muito comum entre idosos e crianças, que causam uma agitação maior na pessoa e, principalmente nos idosos, acaba diminuindo a mobilidade e deixando a atenção insuficiente, ocasionando esse aumento de quedas em casa”, explica Antônio Fernando Costa, subcoordenador médico do Samu. Além disso, fraquezas musculares, perda de visão, problemas de saúde em geral como osteoporose são fatores que podem aumentar os riscos.

Riscos

Segundo o ortopedista Alexandre Andrade, um dos problemas mais graves são as fraturas do fêmur e da bacia. “O idoso tem naturalmente a osteoporose, o enfraquecimento dos ossos, então, quando cai, já fratura alguma coisa. Geralmente, isso ocorre no colo do fêmur ou na coluna lombar, dorsal ou cervical”, afirma.

A idosa Dalcy Benevides, 83 anos, caiu no começo da pandemia e acabou não indo para um hospital, com receio de ser contaminada pelo novo coronavírus. A escolha acabou sendo ficar em casa sendo cuidada pela família.

“Eu estava em casa, já anoitecendo, e desci no quintal para tirar umas goiabinhas do pé, usei um catador e esqueci que estava numa escadinha. Fui me afastando e, quando percebi, caí de costas e acabei ficando presa entre a frente do carro e a parede. Levei um susto. Agora está melhorando, mas ainda sinto algumas dores”, conta. (A Tarde)

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