Frequentemente procurada pelo público masculino, a vasectomia é uma cirurgia simples, mas que ainda gera dúvida sobre a possibilidade real de gravidez depois do procedimento. O urologista Álvaro Canuto explica que não há método contraceptivo 100% eficaz, no entanto, a vasectomia é a técnica que apresenta menor taxa de falha.
Desde 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente cirurgia de vasectomia e todos os estados brasileiros possuem estabelecimentos para a realização. O serviço de saúde não oferece a cirurgia de reversão, em caso de arrependimento.
Para fazer o procedimento, o homem deve ter mais de 21 anos de idade ou no mínimo dois filhos. O procedimento leva de 15 a 20 minutos e não há necessidade de internação.
Para uma boa recuperação, o paciente deve fazer repouso, principalmente no dia do procedimento. De acordo com o urologista, é” necessário um período de abstinência sexual, até que haja cicatrização da ferida operatória”. O homem deve evitar esforço físico e repousar, em média, por dez dias.
Após a cirurgia, também é necessário utilizar outro método contraceptivo durante pelo menos 90 dias, segundo o médico.
Como realizar o procedimento
O interessado em fazer vasectomia deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência e expressar a vontade de utilizar um método definitivo de planejamento familiar.
Uma consulta de enfermagem vai apresentar as opções de métodos contraceptivos disponíveis para a escolha consciente do usuário, estendida ao casal (se necessário), como dispositivo intrauterino (DIU), anticoncepção oral, injetável, laqueadura-tubária (LT) e preservativo masculino e feminino.
O paciente então é encaminhado para um especialista, que indica os exames pré-operatórios e orientações para a cirurgia. Como se trata de uma esterilização, os pacientes do SUS são submetidos a um questionário detalhado em um tempo de espera de 60 dias para refletirem sobre o assunto. Só depois desse prazo, se o homem continuar com a decisão, a cirurgia é agendada.
Mantida a decisão e com o preenchimento dos critérios da legislação sobre planejamento familiar (Lei nº 9.263/1996), o usuário é encaminhado para consulta na Unidade Básica de Saúde. Com parecer médico favorável à realização do procedimento, a cirurgia pode ser agendada no serviço especializado.
Nova Lei
A Lei nº 14.443, sancionada em 2 de setembro de 2022, reduziu de 25 para 21 anos a idade mínima para realizar esterilização voluntária em homens e mulheres com capacidade civil plena.
O documento acabou com a exigência de autorização do marido ou da esposa para fazer procedimentos de laqueadura ou vasectomia. Segundo a Lei de Planejamento Familiar de 1996, a esterilização dependia do consentimento expresso de ambos os cônjuges.
Essa nova legislação entrou em vigor em março de 2023.
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