Neste 2 de fevereiro, Salvador desperta envolta em azul e branco para saudar Iemanjá, a Rainha do Mar. O bairro do Rio Vermelho, epicentro da celebração, atrai milhares de fiéis, turistas e curiosos que se unem em uma das maiores festas religiosas da Bahia.
A devoção à orixá remonta ao início do século 20, quando pescadores da região começaram a ofertar presentes em agradecimento pelas boas pescarias. Com o passar dos anos, a tradição se consolidou, tornando-se um evento que mescla o espiritual, a cultura e a fé, atraindo pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo.
Nos dias que antecedem a festa, devotos preparam o caramanchão no Rio Vermelho com oferendas como perfumes, espelhos, pentes e flores. No dia 2, os balaios são levados ao mar, carregando pedidos e agradecimentos. Entre rezas e batuques, fé e festa se misturam, reforçando o traço singular da cultura baiana, onde o sagrado e o profano coexistem.
Com a crescente preocupação ambiental, a tradição também se adapta. Antigamente, muitos presentes oferecidos eram feitos de plástico ou materiais poluentes. Hoje, há uma mobilização para que as oferendas sejam biodegradáveis, como flores naturais e folhas de bananeira, respeitando o meio ambiente.
A preservação do espaço é fundamental. Os organizadores e participantes reforçam a importância de recolher o lixo e garantir que a beleza natural do Rio Vermelho permaneça intacta após a celebração. Afinal, honrar Iemanjá também significa cuidar do mar.
A Festa de Iemanjá segue como um elo que atravessa gerações, unindo desconhecidos e convidando todos a acreditar e agradecer. Ano após ano, a Rainha das Águas continua sendo reverenciada com devoção, no vai e vem das ondas, no perfume das flores e na poesia que a Bahia sabe tão bem cultivar.