Salvador registrou, em 2022, a maior taxa de homicídios masculinos por armas de fogo entre as capitais brasileiras, com 194,6 mortes por cem mil homens. O dado faz parte do relatório “Violência Armada e Racismo: o papel da arma de fogo na desigualdade racial”, divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Sou da Paz.
Do total de homicídios masculinos na capital baiana, 128,7 por cem mil foram de homens negros, enquanto 65,9 por cem mil foram de não-negros. A disparidade reflete o impacto desproporcional da violência armada sobre a população negra.
No estado da Bahia, o cenário é ainda mais desigual. Em 2022, a taxa de homicídios entre homens negros foi quatro vezes maior que a de não-negros: 90,4 por cem mil contra 23,1. Esses números contribuíram para que o Nordeste fosse a região com maior proporção de homicídios masculinos por armas de fogo, concentrando 48% dos casos nacionais e apresentando a maior taxa de homicídios armados, com 57,9 por cem mil homens.
O levantamento utilizou informações do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos administrados pelo Ministério da Saúde.