Mãe procura por filho que desapareceu após ir para a igreja em Salvador: ‘angústia profunda’

William desapareceu há mais de um mês (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

William Rodrigues dos Santos, 35 anos, se arrumou, colocou uma calça social, uma Bíblia debaixo do braço e seguiu para o culto do meio-dia do dia 18 de novembro da Igreja Universal, na Catedral do Iguatemi. Desde que saiu de casa na Estrada das Barreiras, no Cabula, às 11h40 daquele dia, sua família não tem notícias dele. A mãe do desaparecido, Guiomar Rodrigues dos Santos, 58, continua procurando pelo filho do meio.

Desde o desaparecimento, a mãe vive uma angústia profunda por não ter notícias do filho. Ela contou que, neste ano, o Natal não foi celebrado em meio ao sofrimento.

“Não fiz nenhuma comida e é a primeira vez que isso acontece. Não tive ânimo para fazer as coisas e arrumar a casa. Choro toda hora, não consigo comer e sinto um aperto no peito toda vez que entro no quarto dele. Estou muito preocupada por não saber se ele está bem, se está com fome, se está sujo ou machucado”, disse a mãe.

Não se sabe o que causou o desaparecimento do homem, mas Guiomar suspeita que o filho tenha depressão e que a condição possa ter causado o sumiço. William não levou nenhum pertence antes de desaparecer.

“Ele ficava muito fechado no quarto e sempre calado. Depois que ele desapareceu, um amigo me mandou o print de uma conversa dos dois em que ele falava que estava muito triste e sempre chorava no quarto”, contou a mãe, que relatou ainda que a família é unida e não tinha passado por nenhuma briga antes do desaparecimento.

O costume de ir à igreja começou nesse momento de tristeza. No dia 5 de novembro, William foi ao culto do meio-dia da Universal pela primeira vez, como faria quase todos os dias antes de desaparecer. Para a mãe, o homem contou que a ida ao templo era uma forma de sair de casa, ouvir a palavra de Deus e ver pessoas durante a pandemia.

“Meu filho me contou que ele estava gostando de ir aos cultos. Como ele está desempregado, ele ficava muito em casa e, por isso, também achava que era bom ir para a igreja”, disse Guiomar.

A procura por William começou no dia 19 de novembro, quando a mãe foi até a igreja para tentar ter notícias do filho, mas foi informada que o templo possui muitos fiéis e não era possível saber se ele tinha estado no local. 

Depois, Guiomar buscou informações na Central de Flagrantes da Polícia Civil, que fica na região, mas também não encontrou uma pista do paradeiro do homem. Ainda no dia 19 do mês passado, ela registrou o Boletim de Ocorrência do desaparecimento do filho na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP).

Ocorrência foi registrada na Delegacia de Proteção à Pessoa (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Pensando na possibilidade do filho ter viajado para alguma cidade, há cerca de 10 dias, Guiomar passou dois dias em Jequié, onde uma pessoa disse ter avistado alguém com as características de William na rodoviária. Por volta do dia 5 de dezembro, o pai do homem viajou até Feira de Santana para tentar encontrar o desaparecido.

Na procura, a família também esteve em hospitais, inclusive psiquiátricos, de Salvador e no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues para tentar desvendar o paradeiro de William.

Caso alguém aviste uma pessoa com cerca de 1,90m e com a fisionomia de William, é possível entrar em contato com a DPP, nos telefones (71) 3116-0000 ou (71) 3116-0357, no Disque Denúncia através dos telefones (71) 3235-0000 ou 181 (Interior da Bahia), ou com a própria Guiomar, no número (71) 98544-5189.

Marina Hortélio – Correio 24h

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