Salvador: Menina baleada em Cajazeiras sente dores crônicas e mãe relata dificuldades: ‘Difícil ouvir um filho pedindo ajuda’

Menina baleada em Cajazeiras sente dores crônicas e mãe relata dificuldades — Foto: Reprodução/TV Bahia

Cerca de cinco meses após a adolescente Verônica Araújo, hoje com 13 anos, ser baleada na barriga, no bairro de Cajazeiras X, em Salvador, a vida da família virou novamente de cabeça para baixo. Com o fim das parcelas do auxílio emergencial, a mãe da adolescente precisou tirar os filhos da casa onde morava.

A menina foi atingida pelo tiro em setembro de 2020, quando ainda tinha 12 anos. Ela brincava na rua, quando uma dupla armada atirou contra um homem e ela foi vítima de bala perdida. Hoje, a adolescente está debilitada, acamada e ainda não consegue andar.

A adolescente passou por cirurgia e os custos das medicações de tratamento são altos: mais de R$ 300 por mês. A mãe da garota é a Iraildes Araújo, que trabalha como catadora de materiais recicláveis. Com a pandemia, a renda da família diminuiu.

“Ela chora de dor. Chora a noite toda, o dia todo. As pernas doem, os dedos doem, tudo dói. É difícil ouvir um filho pedindo ajuda, dizendo que não aguenta mais”, disse Iraildes.

No começo da pandemia, Iraildes passou a receber o auxílio emergencial, mas as parcelas acabaram. Sem dinheiro para pagar o aluguel e tendo ajuda para comprar a medicação e o material de curativo da filha, ela precisou se mudar com a família para um terreno afastado no bairro.

“Se eu tivesse pegando o auxílio dava, se eu tivesse reciclando do jeito que eu estava, que graças a Deus dava para ganhar para tudo, dava. Mas a reciclagem, não estou catando muito assim. Meu desejo é que minha andasse e depois terminar minha casa”.

Lá a família convive com o esgoto a céu aberto. O local onde eles moram foi feito de improviso com bambu e madeira para fugir da chuva e do frio. Agora, Iraildes tenta construir uma casa na região. Com poucos materiais já comprados, algumas paredes já começaram a ser erguidas.

“Essa casa representa muito, muito, muito. Devagarzinho eu faço. Não importa a dor, nada. Importa é que está aqui”. (G1)

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