Salvador: Segurança de mercado tenta barrar entrada de jovem por usar short curto: ‘Homem não pode usar isso’

Estudante de psicologia é barrado de entrar em mercado por usar short 'curto' — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Um estudante de psicologia denunciou, nas redes sociais, um caso de preconceito sofrido em um supermercado no bairro de Itapuã, em Salvador.

Ao G1, neste domingo (20), Marcos Pascoal, de 25 anos, disse que dois funcionários tentaram impedir sua entrada no estabelecimento por causa da roupa que vestia. Um dos seguranças afirmou que homem não poderia usar short curto, segundo o jovem.

O caso aconteceu no supermercado Walmart, na noite de sábado (19). Em nota, o Grupo BIG, responsável pela administração do supermercado, disse que o caso é “inadmissível” (leia íntegra abaixo).

O estudante afirma que foi impedido por um funcionário que fazia sinais de negativo quando ele tentava entrar no estabelecimento. Depois, ao questionar sobre o que estava acontecendo, ouviu de outro funcionário que não poderia entrar no local com o short que usava porque ele era feminino.

Relato do estudante

“Eu estava entrando no supermercado com minha amiga, na porta tinha um funcionário com deficiência, que na hora que fui entrar, apontou para o meu short e fez sinal de negativo, de que eu não poderia entrar ali. Eu de primeira não entendi, achei que fosse uma brincadeira de tamanho absurdo, olhei para o lado e estava um segurança, que não me respondeu nada”, contou Marcos Pascoal.

“Eu questionei, ‘oxente’ o short? Eu questionei, mas como a pessoa não falava, ela só se comunicava através de gestos, mas gestos foram suficientes para poder não deixar eu passar. Eu coloquei mais um pé para tentar entrar e ele fez o sinal novamente”.

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O rapaz conta que a ação do funcionário chamou a atenção dos outros clientes que estavam no local.

“As pessoas estavam passando no momento, tinham pessoas pagando no caixa, o caixa fica perto da porta, a gente estava sendo encarados, uma situação ruim. Eu abaixei o short de tanta vergonha e ainda assim não estava bom para a pessoa que estava na porta, que era esse funcionário. Ai ele fazia o sinal de negativo também”, contou.

“Eu abaixei ainda mais e ele fazia o sinal de negativo. Eu entrei mesmo assim, vi várias pessoas com o short curto lá dentro, mulheres inclusive, com o short mais curto que o meu e isso me deixou possesso, indignado, porque eu já fui outras vezes nesse mercado e vejo homens com short curto, mulheres e por que eles não são barrados? O que eu tenho diferente para ser barrado?”, questionou Marcos. (G1)

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