A cantora Sarajane, um dos nomes mais icônicos da Axé Music, afirmou em entrevista ao programa “Papo Reto” da Rádio A TARDE FM (103,9) que o gênero Axé Music já não existe mais. No entanto, ressaltou que a música baiana segue viva e em constante transformação.

“A Axé Music acabou. Acabou a partir do momento em que houve tanta vaidade”, declarou. “Mas, quando se fala de música baiana, ancestral, ela não acabou, ela se atualiza todos os dias.”

Questionada sobre o futuro do ritmo, que completará 40 anos em 2025, Sarajane mencionou a Baiana System como exemplo de banda que incorpora as raízes e ritmos baianos com uma abordagem moderna. Ela definiu a música baiana como “uma mistura de células rítmicas, harmonia e ancestralidade” e assegurou que essa essência jamais se perderá.

Sarajane também refletiu sobre seu papel no sucesso do Axé e sua preocupação com a cultura coletiva, contando que sempre buscou promover Salvador no cenário nacional. “Eu pensei no coletivo, em levar todo mundo, mas me lasquei. Mas hoje vejo que foi importante”, admitiu, acrescentando que o pioneiro geralmente não recebe o devido reconhecimento.

Apesar de seu legado, a cantora revelou que não almeja repetir o sucesso do início de sua carreira, afirmando que não quer reviver a pressão e exposição da fama. “Não quero nunca mais ser esse estouro que eu fui, porque foi horrível. Sofri muito. Eu não quero ser estrela”, desabafou.

Para o Carnaval de 2025, Sarajane disse estar em diálogo com a prefeitura de Salvador e o governo da Bahia para realizar apresentações nos palcos dos bairros da cidade, longe dos trios elétricos. “Eu já fiz 41 anos de trio elétrico e estou de saco cheio. Eu quero fazer nos palcos. Eu amo”, finalizou.