O Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse em entrevista ao Bahia Meio Dia, nesta segunda-feira (30), que não considera que no estado haja um baixo número de testes que checam se o paciente está ou não com coronavírus.
Até o último boletim divulgado no domingo (29) pela Sesab, os casos do Covid-19 na Bahia havia passado de 150, com uma morte. O número de casos confirmados corresponde a 3,8% do total de 4.080 notificados, com descarte de 1.388 (34%) casos por critério laboratorial.
“O Lacen da Bahia está processando a maior quantidade de RT-PCR [teste] por dia. Nós estamos fazendo quase 300 exames todos os dias, 24 horas, incluindo os finais de semana. Hoje nós vamos conseguir amplificar com uma nova máquina, que era reservada para HIV. Vamos desbloquear ela para fazer também o RT-PCR. Posso afirmar que ninguém testa mais que o estado da Bahia”, disse o secretário.
Fábio Vilas-Boas ainda reforçou que o teste de RT-PCR não é feito na mesma hora e isso causa uma espera, mas a Bahia tem conseguido realizar muitos testes.
“O Brasil inteiro está fazendo o teste de RT-PCR, é um teste de bancada, feito dentro do Laboratório Central do Estado. Não é um exame que faz na mesma hora. Isso não está sendo feito ainda. Todos os estados têm a mesma dificuldade de ter acesso a esse exame, que é complexo e demorado. Um exame desse demora pelo menos quatro horas entre checagem das amostras e a conclusão do resultado. Por isso eu digo que não é pouca a checagem”, explicou.
O secretário informou que todos os pacientes que tiveram suspeita da doença e que o médico avaliou e considerou com elevada probabilidade de ser Covid-19, foram encaminhados para testes quando necessário.
“Evidente que se na avaliação do Lacen, aquela indicação foi inapropriada, não se enquadra na justificativa por alguma razão, o caso é excluído sem testar. Hoje em dia, a partir desse momento que nós começamos a ter transmissão comunitária dentro do estado da Bahia, não é possível fazer o perfil de contaminação, que no início era limitado a pacientes que vinham do exterior. Depois nós ampliamos para aqueles vindos de São Paulo. Hoje nós já temos transmissão no estado. De modo geral, nós temos testado todos os pacientes que enviam amostras para o Lacen”, informou.
Sobre o número de casos no estado, o secretário informou que a taxa de crescimento está em torno de 20%, abaixo dos 33% esperados.
“Quando nós atingimos 10 casos no estado, nós projetamos a taxa de crescimento com base na velocidade que vinha acontecendo em outros países do mundo. Isso gerava expectativa de crescimento de 33%”, disse.
“Há estados como São Paulo que tiveram taxa de 70% de um dia para o outro. Conseguimos, ao longo desse período, manter ela [curva] abaixo de 20%. Nós podemos ver que a curva da Bahia é bem diferente do que vem acontecendo em outras localidades”, informou.
Ainda de acordo com a Sesab, dos 156 casos confirmados até domingo (29), 18 estão internados, oito deles em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Dos casos confirmados, 54,49% são do sexo feminino e 45,51% do sexo masculino. A secretaria informou também que a média de idade dos pacientes é 39 anos, variando de 2 a 95 anos.
A faixa etária mais acometida foi a de 30 a 39 anos, representando 27,56% do total. Entretanto, o coeficiente de incidência por 100.000 habitantes foi maior na faixa de 70 a 79 anos (2,80) , indicando o maior risco de adoecer entre os idosos. (G1/Ba)