O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta quinta-feira (10) que parcela dos jovens brasileiros se tornou “zumbis existenciais” que não acredita mais em Deus.
Segundo a Folha de S. Paulo, em evento de lançamento de políticas contra a mutilação e o suicídio, o ministro, que também é pastor presbiteriano, avaliou que o mundo vive um momento de “desconstrução de tudo”, o que deixa o público jovem sem referência ou motivação.
“Nós temos hoje no Brasil, motivados creio eu, meu diagnóstico, por essa quebra de absolutos e de certezas, verdadeiros zumbis existenciais. Não acreditam mais em nada, desde Deus a política. Eles não têm nenhuma motivação”?, disse.
No seu discurso, o ministro afirmou ainda que a juventude tem vivido um “vazio existencial”, o que, na opinião dele, estimula adolescentes a viverem sem propósito e a tirarem “a própria vida”.
Especialistas em prevenção ao suicídio alertam que não há evidência de relação entre religiosidade e suicídio e pedem que a população tenha cuidado para não espalhar o que chamam de mitos prejudiciais.
“Nós vivemos em um tempo de desconstrução de tudo. De tudo o que é valor, de tudo o que é absoluto. De todas as certezas da vida”, disse. “Não há mais uma juventude que acredite nas coisas como Deus, religião, política e família. Eles perdem totalmente o referencial”?, ressaltou.
Segundo ele, a “grande moda dos sociólogos e filósofos” é desconstruir valores e ideias e não colocar “nada no lugar”, “deixam um vazio”.
No discurso, o ministro criticou ainda o conteúdo de materiais didáticos que, na visão dele, oferecem pontos de vista que não são adequados para a faixa etária indicada.
“Quando olho os livros no Ministério da Educação, livros antigos, vejo algumas críticas que seriam próprias, talvez, para um quase jovem, não para uma criança de sexto ano”, disse. “São discussões e desconstruções históricas que, para mim, não são oportunas naquela faixa etária”, ressaltou. (Correios)