Sempre que sentimos raiva de alguém, culpamos essa pessoa por alguma dor que existe em nós

A raiva acontece porque não aprendemos a lidar com as dores, buscamos mascará-las, porque aprendemos que emoções são coisa de gente fraca. Engolimos e não expressamos essas emoções, e o resultado é a raiva.  Sempre que culpamos alguém por qualquer situação que vivemos, é porque estamos identificados com a vítima que existe dentro de todos nós. Pode haver exceções aqui, não duvido, mas desconheço alguém que esteja livre disso. O primeiro passo para curar a vítima interna, que no mais profundo tem a ver com questões da nossa infância e da nossa “criança ferida”, é reconhecermos que ela existe. Isso exige humildade e autorresponsabilidade, porque como dizem todos e todas as mestras, colhemos o que plantamos. Essa parte é muitas vezes dolorosa, porque é mais confortável acusar alguém de ser o culpado pelas nossas dores, do que assumir a responsabilidade, o caminho para poder integrá-las.  Isso me lembra um namoro, onde eu estava completamente apaixonado e não “olhava pro lado”, e em um momento de ciúmes (estávamos sozinhos em casa) essa ex-namorada me deu 4 socos na cara. Minha primeira pergunta interna foi: “O que eu estou plantando para colher isso?”  A parte boa é que eu não tive um instinto de reagir, percebi ali que meu trabalho estava realmente fazendo efeito em mim, e obviamente ficaram mágoas e dores para serem trabalhadas. Estou olhando para minha vítima para acolhê-la e curá-la. Mas se não pudermos admitir, que seja para nós mesmos, que existe essa vítima, sinto informar que o processo de cura não avança, e o ciclo do sofrimento segue no comando de nossas vidas.  Que Deusa/Deus desperte em todos os seres! (Fabio Manzoli/O Segredo)

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