Os servidores do Poder Judiciário da Bahia iniciaram nesta segunda-feira (12) uma greve geral por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada durante assembleia realizada na semana passada, em Salvador, pelo Sindicato dos Servidores do Judiciário da Bahia (Sinpojud), e atinge comarcas em todo o estado.

A principal reivindicação da categoria é a aprovação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), que, segundo o sindicato, está há mais de oito meses parado na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), aguardando autorização do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para ser levado ao plenário.

O Sinpojud argumenta que o atual plano, criado em 2008, não acompanha a realidade das funções desempenhadas pelos servidores, e que a proposta de reformulação visa corrigir distorções salariais, valorizar a progressão funcional e estabelecer critérios mais justos para a carreira.

Outro ponto da pauta é a recomposição salarial. Conforme dados do Dieese citados pelo sindicato, as perdas inflacionárias acumuladas ultrapassam 53%, resultado de anos sem reajuste. A entidade afirma que a defasagem compromete a qualidade dos serviços prestados à população.

Além disso, o movimento denuncia a precarização nas comarcas do interior, com falta de pessoal, ausência de nomeações de aprovados em concurso e a criação de cargos comissionados em detrimento da realização de novos certames.

O sindicato também critica a presença de mais de 500 servidores cedidos por prefeituras, ocupando funções que, segundo a categoria, deveriam ser preenchidas por servidores efetivos — uma situação já comunicada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“O fortalecimento do Judiciário baiano passa, necessariamente, pela valorização dos seus servidores. Nosso compromisso é com a Justiça e com a sociedade”, declarou o Comando de Greve do Sinpojud em nota, pedindo o apoio da população para a mobilização.