Sindicato de autoescolas rebate Bolsonaro: “Trânsito não é uma fazenda

Bolsonaro pensa em acabar com a obrigatoriedade de exames médicos em clínicas conveniadas ao DetranFoto: Gabriela Biló / Estadão

As declarações do presidente Jair Bolsonaro defendendo o fim das aulas teóricas e práticas para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) não foram bem aceitas pelos profissionais do setor.

 O Sindautoescola-SP (Sindicato das Auto Moto Escolas e Centro de Formação de Condutores no Estado de São Paulo) emitiu nota condenando a opinião do mandatário. “Presidente Jair Bolsonaro, o trânsito brasileiro não é uma fazenda”, disse o comunicado, assinado pelo presidente da entidade Magnelson Carlos de Souza. “Será essa a solução para reverter os números cada vez mais preocupantes do trânsito brasileiro?”

A nota emitida pelo sindicato ainda cita dados sobre acidentes e mortes no trânsito para defender a necessidade de uma formação específica para poder tirar a carteira de habilitação.

“O que nos causa profunda preocupação e temor é a maneira simplista e inadequada que esse assunto está sendo levado a sociedade brasileira. Neste momento de incertezas, se faz necessário, para o bem do trânsito brasileiro e da sociedade como um todo, que o presidente da República tenha responsabilidade ao tratar de um tema tão importante para o nosso país”, conclui a nota.

 Em sua transmissão ao vivo semanal nas redes sociais, feita na última quinta-feira, Bolsonaro defendeu o fim das aulas teóricas e práticas para tirar a CNH (veja aqui).

Na live, o chefe do governo federal chegou a dizer que “nem devia ter exame para nada”. “Eu, com dez anos de idade, aprendi a dirigir trator na fazenda em Eldorado Paulista [cidade do interior de São Paulo]. E acho que nem devia ter exame de nada. Parte escrita apenas e ir para prática logo. Não tem que cursar autoescola, ter aula de um monte de coisa que já sabe o que vai acontecer. Então, deveria ter uma prova prática e uma prova escrita ali. Seria o suficiente para tirar a carteira de habilitação”, opinou Bolsonaro.

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