É natural sentir curiosidade sobre o passado de um parceiro, e hoje em dia, as redes sociais facilitam esse tipo de pesquisa. No entanto, quando essa curiosidade se transforma em obsessão, surgem problemas, como o “Ciúme Retroativo”, mais conhecido como Síndrome de Rebecca. Esse tipo de ciúme é caracterizado pela raiva ou insegurança em relação às experiências anteriores do parceiro, mesmo que não haja motivo para desconfiança no relacionamento atual.

O nome da síndrome vem do filme Rebecca, a Mulher Inesquecível, de Alfred Hitchcock, baseado no romance de Daphne du Maurier. Na história, uma mulher se sente constantemente insegura devido às referências à ex-esposa de seu marido, Rebecca, o que afeta a relação com ele. Assim, a Síndrome de Rebecca é uma forma patológica de ciúmes que não se refere ao parceiro atual, mas ao(s) ex(es), causando insegurança e distúrbios emocionais.

Esse comportamento obsessivo geralmente tem raízes mais profundas, como traumas ou experiências passadas não resolvidas. A psicóloga Aline Shmathz explica que o ciúme retroativo pode ser desencadeado por insegurança, baixa autoestima, medo de traição ou necessidade de controle. Embora o problema não esteja necessariamente no relacionamento atual, as emoções mal resolvidas acabam interferindo nele, gerando ansiedade e desconfiança.

O tratamento para esse tipo de ciúme passa pela psicoterapia, que ajuda a pessoa a compreender e lidar com suas inseguranças. Um dos maiores impulsionadores desse comportamento nas relações modernas são as redes sociais. A obsessão por seguir os passos do ex-parceiro ou verificar interações online pode intensificar o ciúme e prejudicar a relação, gerando um ciclo de vigilância que, se não for controlado, pode levar ao desgaste e até ao fim do relacionamento.