Sobre a fala de Uberdan; secretária rebate: “quando o vereador lança Fake News de corrupção na secretaria de educação, ele joga a comunidade na lama”

Foto: Voz da Bahia

O Voz da Bahia conversou, durante programa Meio-dia e Meia com a secretária de educação de Santo Antônio de Jesus, professora Maria Renilda Nery Barreto, que rebate fala do vereador Uberdan Cardoso (PT).

SAIBA MAIS:

Após as denúncias à secretaria da saúde realizadas por Uberdan, que resultaram na exoneração do secretario Leonel Cafezeiro, do seu diretor William e de um farmacêutico (saiba mais aqui). O mesmo, na Tribuna na última sessão da Câmara de Vereadores, insinuou possíveis denuncias sobre a compra de carteiras pela educação e que a secretaria Renilda poderia ser uma das próximas afastadas do cargo (reveja aqui).

SOBRE A FALA DO VEREADOR UBERDAN CARDOSO:

Na entrevista, a professora Renilda, secretária de educação de Santo Antônio de Jesus, diz desconhecer o que o professor Uberdan fala e que acredita que ele relatou foi “infeliz e impensado, assisti a filmagem, e li. O que o vereador faz certamente foi algo em que ele não pensou bem em fazer, vem num clima, como na outra denúncia que ele fez e joga a educação como uma pasta que tem eu como secretaria que cometi irregularidades e que ele está investigando. Primeiro que isso não se faz, principalmente um legislador, ele não pode acusar sem provas, errou feio o vereador Uberdan, como legislador e como cidadão. Segundo, sabemos que a criação de factoides, que são notícias inverídicas, abala a sociedade. As notícias factoides ocupam 3% da produção mundial, mas infelizmente, elas entram em uma bolha e repercutem muito. Vários estudos mostram o quanto que esse tipo de ação é perniciosa para a sociedade”, explica.

SECRETÁRIA REBATE VEREADOR:

A secretaria confessa também que a educação vem caminhando com problemas, “lidamos com cerca de doze mil crianças e quase dois mil servidores; é uma secretaria robusta e cotidianamente somos atravessados pelas demandas urbanas: as necessidades básicas, os problemas individuais, estruturais, recém saídos de uma pandemia, e a educação vem alavancando vidas. As transformações organizadas pela nossa gestão em um ano e nove meses são enormes. Quando o vereador, infundadamente, lança, uma suspeita de algum indício de corrupção dentro da secretaria de educação, ele joga a autoestima de uma sociedade, de uma comunidade educacional que está se reerguendo, na lama, com base em que fatos? Nenhum, pois, se ele tivesse já teria apresentado, e não vai apresentar, pois, a secretaria de educação é muito bem organizada, muito bem gerida, e não é por mim, não sou centralizadora, não sou autocrática, pois, montei uma equipe que trabalha muito bem”, conta.

Renilda conta ainda que uma licitação nasce de um termo que vem demandada da ponta, “todas as nossas diretoras estão recebendo convites para demandar. Quais são as necessidades da sua escola? Ou seja, vem da base a necessidade de compra. Em seguida é feito um termo de referência por um especialista. Mais adiante esse termo é averiguado por diversas equipes, controladoria, procuradoria, o jurídico, o grupo de licitação… depois da entrega do termo de referência vamos à licitação, e no momento da compra e a entrega de produtos, há fiscais de contrato. Como se não bastasse tudo isso, vem a cereja do bolo que é o Tribunal de Contas. Portanto, temos uma sociedade inteira nos acompanhado. Abrimos as nossas contas de pagamento pessoal e de tudo, para a APLB fazer uma sindicância, já tem mais de dois meses a APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia) trabalhando com nossos dados e estou ansiosa esperando o resultado e para, além disso, a prefeitura contratou uma sindicância própria. Lamento muito a criação de factoides pelo vereador Uberdan, isso desacredita a população quando precisamos fortalecer a educação. Todas as críticas feitas pelo legislativo no intuito de acompanhar, investigar e cumprir o seu papel tem que ser feitas com responsabilidade para não ir contra a sociedade ao invés de a favor”, explica.

A secretaria conta que, ao falar de mobiliários, na denúncia do vereador, é como se falasse de um mobiliário extraordinário, “foi comprado com cinco anos de garantia, com muita qualidade, e que substituiu cadeiras assentadas em ferros retorcidos, formicas e que feria as crianças. O relato fotográfico dos mobiliários escolares da rede municipal são terríveis as imagens, os relatos técnicos e fotográficos. Substituímos os mobiliários de toda a educação infantil e do fundamental 1, e ainda precisamos substituir cerca de mais cinco mil de adolescentes do fundamental 2. Até o final da gestão todo o mobiliário será substituído. Então vereador, precisamos valorizar a educação e denunciar quando se tem provas, quando não tem é criação de factoide, destrói e não constrói. Santo Antônio de Jesus já ultrapassou essa forma de fazer politica, essa pequena, das FAKE NEWS (Notícias falsas) e dos factoides”, desabafa.

O PREFEITO PODE VIR A EXONERAR A SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO?

A professora explicita que acredita que o prefeito esta, satisfeito com seu trabalho, “de seis em seis meses fazemos um balanço, sou um cargo comissionado, de confiança, até o momento tenho atendido todas as expectativas do prefeito e não há manifestação dele de querer me trocar ou substituir, pelo contrário”, nega.

QUANTIDADE DE CADEIRAS RECEBIDAS?

A secretária aproveita e afirma que sua gestão equipou todas as creches todas as escolas de ensino fundamental de educação infantil e todas as escolas com fundamental 1, “só não recebeu cadeira escolar de fundamental 2, são os meninos maiores, temos 52 escolas da rede municipal, por baixo pelo menos 40 escolas receberam imobiliário. Provemos a rede de boa parte do mobiliário, mas as salas de fundamental 2 e escolas de majoritariamente fundamental 2, essas foram escolas que não receberam esse tipo de mobiliário. Também compramos berços e colchões, no ano passado, tínhamos comprado cerca de 400 colchonetes higienizados para as crianças pequenas, esse ano compramos: berços e colchões para que as crianças tenham dignidade. Posso enviar mais tarde o número preciso da quantidade de cadeiras recebidas, não vou falar aproximadamente, pois, penso que essa informação deve ser precisa, de quanto recebemos e de quanto pagamos, é importante divulgar fatos para a sociedade a qual nos acompanha”, se compromete.

VALOR DA COMPRA DAS CARTEIRAS?

Barreto garante que fez uma adesão de ata que proporcionaria que comprasse cerca de quase R$ 7 milhões do mobiliário escolar, “não consegui por uma questão de fluxo de caixa fazer toda a conta dos R$ 7 milhões, comprei em torno de R$ 4 a R$ 5 milhões, que são essas cadeiras que estão nas escolas e que todos podem ir lá checar a distribuição delas, número de tombos, patrimônio e as crianças sentadinhas. Como disse e repito essa foi uma fala infeliz e impensada, um tanto leviana, por parte do vereador e tenho certeza que não irá se repetir porque o vereador Uberdan é um professor, é um educador e sabe da importância de se valorizar a escola pública brasileira e santoantoniense. Espalhar e colocar dúvidas e provas em todas as questões ligadas à educação não é positivo, não é uma pauta positiva é uma pauta desrespeitosa, inclusive com essas doze mil famílias”, pontua.

QUEM RECEBEU O MOBILIÁRIO?

A secretária explica que todo contrato tem fiscal o qual recebe quando chega na fábrica quando a empresa nos manda, “nas escolas a diretoras designam alguém que recebe e atesta, então é uma cadeia de recebimento”, explica.

ADERINDO A UMA LICITAÇÃO DE OUTRA CIDADE?

Sobre a questão da secretária não ter criado uma licitação e aderido a outra, a professora fala que foi feita uma pesquisa que mostrou que eles teriam uma economia de um R$ 1 milhão de reais, “porque como essa Ata, essa licitação, que gerou uma ata a qual aderimos, foi feita a um período anterior e houve um aumento grande dos insumos que são utilizados para a construção do mobiliário escolar. Se rodássemos a licitação naquele período, gastaríamos para comprar aqueles produtos mais um milhão de reais, então todos os nossos órgãos notaram. Poucas são as adesões de ata, nós só aderimos a essa, raramente faço nexo ou dispenso a licitação, rodamos mesmo com licitação e ponto. Isso mostrou uma economicidade grande para o município de um milhão, por isso nós só optamos por aderir ata e não abrir uma licitação, pelo princípio da economicidade”, explica.

RELACIONAMENTOS:

Renilda declara sobre os comentários de que ela não se relaciona bem com empresários, políticos e servidores ligados à gestão do prefeito Genival, a mesma afirma que se liga muito bem com os empresários sim e que é cliente dos mesmos, “quando se trata desses momentos das licitações aí entra em ação a secretária de educação, a servidora pública. Nenhum servidor pode e deve ter contato com os fornecedores, com os indivíduos ou as empresas que estão concorrendo as licitações, isso é princípio da administração pública, porque as licitações precisam rodar limpas. Elas precisam rodar sem tráfico de pessoas e de fato não conversa ou não negocia com nossos concorrentes. Depois que eles ganham a licitação, estabelecemos uma relação saudável de demanda. A relação institucional com os servidores são muito tranquila, mas quando o fornecedor descumpre uma cláusula contratual, como, por exemplo, do fardamento é óbvio que como publicamos é preciso cobrar preciso fazer valer o contrato porque as minhas crianças estão lá sem fardamentos, elas ficaram meses esperando o pagamento. A secretária de educação de fato parte para uma defesa institucional, vou fazer valer o contrato porque essa é a minha função como secretária pública. São esferas que precisamos aprender a separar”, diz.

RELAÇÃO COM OS PROFESSORES?

Barreto anuncia que vê seu relacionamento com os professores como muito bom, “porque tratamos os outros com muito respeito e jamais ninguém nunca me ouvirá falar mal dos meus colegas. Tratamos os professores com a isonomia. Antes de a nossa gestão um professor para ter um aumento de 20 horas ele precisava de uma intervenção política para conseguir. Se votou no candidato tem, se não voltou não tem. Eles tinham que se humilhar para ter um aumento de carga horária. O professor tem contato direto com a secretaria de educação dos seus pleitos, eles não precisam ficar batendo na porta do prefeito e lembrando ao prefeito que votou nele tendo intervenção de um amigo vereador. Recebemos o tempo inteiro os vereadores para discutimos pautas positivas da Educação, Temos vários comitês intercessores, onde a Câmara municipal faz parte e é preciso. Talvez a Secretaria de Educação não tenha feito é aquele clientelismo mais rudimentar, em que alguém pede ao prefeito para ser posta em um cargo em um local de trabalho por uma intervenção indireta. Esse tipo de relacionamento privilegia alguns e deixa de fora a maioria, quando digo que nós nos relacionamos com os professores. O nosso diálogo com a APLB é um diálogo franco, aberto, enfrentamos juntos todas as pautas. Temos tensões? Muitas. Mas temos respeito, fazemos faltas propositivas juntos, porque a APLB não é nossa inimiga, pelo contrário, defende os direitos dos professores e eles defendem os interesses de uma educação de qualidade que são os mesmos interesses que a secretaria de educação também defende”, pontua.

RELACIONAMENTO COM OS DIRETORES?

“Com os diretores o nosso gabinete aberto, visitamos frequentemente todas as escolas não eu, secretária somente, inclusive não costumo agendar quando vou visitar as escolas. Hoje não quero recepção especial por ser secretária, quero chegar e encontrar o cotidiano da escola como ele é com todos os seus problemas e com todas essas coisas positivas. Não, a festa, porque a secretária vai chegar, quero um acolhimento que elas sempre me dão, ver as crianças em seu dia-a-dia, porque estou secretária, mas sou professora. Quando eu acabar o meu cargo na gestão do prefeito Genival sigo a minha carreira de professora. A experiência de secretariado é extremamente rica e a grande riqueza advém dessas relações de inúmeros setores, professores e diretores, motoristas, serviços gerais e a mídia é muito enriquecedora. Essa relação que vem de diversos caminhos que se atravessam no sentido único que dá a melhoria a educação de Santo Antônio de Jesus”, finaliza.

Reportagem: Voz da Bahia

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