Na tarde dessa terça-feira (18), o vereador Uberdan Cardoso (PT), foi questionado em entrevista ao Voz da Bahia, no programa meio-dia e meia, sobre quem estaria lhe passando estas informações das denúncias contra a secretaria de educação de Santo Antônio de Jesus, gerida pela professora Renilda Barreto (relembre aqui)?

QUEM TEM MUNICIADO O VEREADOR?

Se referindo ao apresentador do programa, Marcus Augusto, Uberdan exemplifica, “você é um dos repórteres mais influentes da Bahia, vou dizer isso, pois, seu site, ao longo desses doze anos, é um dos mais respeitados do Brasil. Você tem entrevistas com inúmeros personagens da vida política, cultural e econômica do país. Uma coisa que é um critério básico da sua profissão é a preservação da fonte, eu, como vereador de oposição que sou, também tenho como critério a preservação das minhas fontes. É muito comum que uma ação provoque outra, o que mais temos na gestão são sujeitos insatisfeitos em todas as secretarias, o que acontece na gestão é a falta de comando”, conta.

VIAJEM PARA EUROPA:

Cardoso fala ainda da viagem do prefeito fora do Brasil sem procurar o seu vice, é tanta falta de gestão, que o prefeito viajou para a Europa e nem o passou para o seu vice Luís Cláudio, Careca (PR) o comando, é o que se diz, se o prefeito disser que não foi, venha aqui mostrar o passaporte dele”, revela.

“CIDADE SEM COMANDO”:

Cardoso afirma que a cidade está sem comando, “o que acontece é que as secretarias viraram ilhas e existem as secretarias que os secretários amarram, dialogam e tal, pois, tem secretários que são esforçados. As secretarias são pequenas, mas às duas maiores, como orçamento gigantesco, maior do que muitas cidades baianas, que são a educação e saúde, foram colocados dois gestores que não tem perícia na política, sobretudo, a secretaria de educação, que é uma professora excelente e competente, uma pessoa do bem, foi minha contemporânea na faculdade e merece todo o nosso respeito, não estou fazendo um julgamento nem um linchamento moral de ninguém”, coloca.

“GERINDO MAL A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO”:

O professor ressalta que luta pela melhor assistência na secretaria de educação, “mas o que digo é de professora Renilda: como gestora pública, está gerindo muito mal a secretaria de educação. Começou errado quando ela não teve a autonomia, está foi dada por uma empresa do senhor Bruno Barral. Esse é o primeiro ponto. O segundo é que ela formou uma equipe de pessoas muito preocupadas com a educação pública, mas sem experiência na gestão pública”, pontua.

O edil fala ainda que não quer crer que a secretária foi usada, “prefiro pensar que faltou experiência a ela. O que acontece é que estamos tomando prejuízo, se a secretária tivesse falado logo cedo que estava tendo uma dificuldade, calçado a sandália da humildade, botado o pé no chão e tivesse dito ‘preciso de vocês para que a gente resolva os problemas’, mas se não há problema, não na solução. Não há transparência nas coisas. Um professor que trabalha 40h, mora longe ou até em outra cidade, tem que pegar transporte, ele leva a marmita dele e quando dá meio-dia ele tem que comer a comida fria porque não pode entrar na cozinha para esquentar a comida dele. É muito rigor para algumas coisas e, para outras, o cenário é absurdo quando se pinta a ideia de que está tudo bem. Não está tudo bem, a secretária perdeu o poder de liderar os professores e quando se perde esse poder se perde a essência do seu trabalho. Ela tem que pedir para sair da secretaria com a dignidade que ela tem, ela vai ter o direito de fazer o contraponto das denúncias na imprensa e na justiça, foi ela que disse que iria gastar recursos próprios para me processar, estou aguardando, pode me processar, sou vereador estou exercendo a minha função e dentro dos limites da onde fui eleito a constituição me dá o direito de fala, não de difamar e nem lesar ninguém intencionalmente e isso não faço”, discorre.

ADESÃO A UMA ATA:

Uberdan diz ainda, que o papel da secretaria não cabe mais a mesma, “a professora Renilda Barreto não conseguiu municiar nossas escolas com merenda de qualidade, não teve condições de mais de dois anos de colocar porta no banheiro feminino das escolas, a senhora tem problemas com a merenda, com o transporte, com infraestrutura, com os professores e agora um problema de adesão a uma ata de mais de R$ 8 milhões de reais onde quase R$ 5 milhões foram pagos, onde mais de dois milhões e meio seriam economizados se esse mobiliário fosse comprado aqui, no comércio local”, finaliza.

Reportagem: Voz da Bahia