SP: PMs furtaram relógio em abordagem e acessaram app de banco de vítima

A cena se assemelharia a um assalto se não tivesse ocorrido durante uma abordagem feita por dois policiais militares em serviço.

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Sob a mira de armas de fogo e graves ameaças, um motorista foi obrigado a retirar do pulso um relógio de luxo, depois de desembarcar de seu Porsche, no último dia 29 em Caieiras, região metropolitana de São Paulo.

A cena se assemelharia a um assalto se não tivesse ocorrido durante uma abordagem feita por dois policiais militares em serviço.

O cabo Elton Aparecido Leforte e um soldado das Rondas com Motocicletas (Rocam) foram presos em flagrante e, no dia seguinte, o Tribunal de Justiça Militar (TJM) determinou que ficassem por tempo indeterminado atrás das grades, durante o andamento do processo.

Alegando falsamente que o carro da vítima estaria envolvido em um caso de estelionato, os dois policiais abordaram o motorista quando o veículo de luxo circulava pela Avenida Marcelino Bresciani. Durante a abordagem, como consta na denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtida pelo Metrópoles, o soldado da Rocam pegou o celular do motorista e acessou fotos, conversas pessoais, além de obrigar a vítima a entrar em aplicativos bancários para checar os créditos existentes.

Enquanto isso, o cabo revistava o veículo de luxo, sem que o abordado tivesse campo de visão da ação.

Os policiais, então, sustentando que o carro de luxo estaria envolvido com atividades criminosos, exigiram R$ 20 mil para deixar a vítima em paz.

O motorista contou aos policiais que não tinha a quantia requerida e que também não sabia da ocorrência do veículo mencionada. Na sequência, o soldado notou que o motorista estava com um relógio caro no braço, da marca Patek Philippe, com modelos cujos valores oscilam entre R$ 25 mil e R$ 6 milhões.

O PM então obrigou a vítima a tirar o item do pulso e colocá-lo na porta do Porsche.

Os agentes também exigiram o número de telefone do motorista. Eles pretendiam entrar em contato posteriormente para informar valores que ele teria que entregar, em espécie. A vítima foi liberada e os PMs embolsaram, além do relógio de luxo, R$ 1.600.

Ainda de acordo com a denúncia do MPSP, os PMs tiraram as tarjetas de identificação e também deixaram as câmeras corporais em posição que dificultou o registro da ocorrência.

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