Sul da Bahia: Tio de mulher mantida quase 10 anos em cativeiro se entrega à polícia

O homem de 43 anos se entregou na à Polícia Civil da Delegacia de Linhares, no Norte do estado.

O tio da mulher mantida em cativeiro por quase 10 anos na cidade de Jucuruçu, no extremo Sul da Bahia, se entregou à polícia do Espírito Santo, na segunda-feira, 14. O homem de 43 anos se entregou na à Polícia Civil da Delegacia de Linhares, no Norte do estado.

De acordo com o g1, o homem chegou na delegacia acompanhado do advogado e apresentou provas que serão analisadas pela Justiça.

A mulher de 25 anos foi liberta em 20 de setembro, após quase dez anos em cativeiro. O resgate da jovem aconteceu durante operação policial.

Segundo a corporação, a operação começou na madrugada dessa quinta-feira, 19, quando os policiais civis, acompanhados pelo pai da vítima, seguiram de Rio Bananal, no norte do estado do Espírito Santo, com destino à Jucuruçu, na Bahia, num trajeto de 450 Km de distância.

As equipes realizaram campanas para identificar o cativeiro e, na manhã desta sexta-feira, 20, cercaram o local. No entanto, o suspeito, identificado como Adenilson Lima da Silva, de 43 anos, conseguiu fugir para a mata.

“O criminoso conhecia muito bem a área e, apesar de ser perseguido pelos policiais por um longo período, conseguiu se evadir. Continuamos as buscas para capturá-lo”, explicou o delegado.

A vítima foi encontrada na casa, emocionada com a libertação. Ela relatou que foi sequestrada pelo suspeito no ano de 2015, sofreu abusos sexuais constantes e era mantida trancada e sob ameaça de morte, inclusive contra seus familiares, caso tentasse escapar.

“Ele a vigiava o tempo todo e nunca permitiu que ela frequentasse a escola. A vida dela era completamente controlada por ele. A vítima passou por vários locais, incluindo a capital Vitória, onde viveu por três anos, antes de ser levada para Jucuruçu. Durante todo o tempo, ela foi obrigada a trabalhar na roça e recebia apenas R$ 100,00 por mês”, afirmou o delegado Fabrício Lucindo.

O suspeito deu à vítima um celular há oito meses, o que permitiu que ela conseguisse contatar sua família sem o conhecimento dele. “Ela criou uma conta na rede social Instagram e conseguiu pedir ajuda. Foi a partir daí que conseguimos montar a operação”, disse o delegado.

Além de libertar a vítima, a Polícia Civil apreendeu no local três armas de fogo de fabricação caseira, incluindo uma calibre 12 e um revólver calibre 38, além de munições e documentos falsos. As buscas pelo sequestrador continuam, e a polícia pede que qualquer informação sobre o paradeiro dele seja comunicada pelo Disque Denúncia 181, com garantia de sigilo.

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