O homem suspeito de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires confessou que girou o cinto de segurança no pescoço dela para se defender de agressões durante uma discussão entre os dois dentro do carro e inventou a versão que os dois teriam sido sequestrados.
Ele ainda disse que iria se casar com a chefe de polícia na próxima quarta-feira (14), apenas três dias após ela ter sido assassinada. A declaração foi dada em depoimento, nesta segunda-feira (12), na 37ª Delegacia Territorial da Bahia (DT/São Sebastião do Passé).
A mulher foi encontrada morta no domingo (11), dentro do próprio carro, em uma área de mata em São Sebastião do Passé, cidade na Região Metropolitana de Salvador. Para a Polícia Civil, o companheiro dela, identificado como Tancredo Neves Feliciano de Arruda, de 26 anos, é o principal suspeito do feminicídio.
Ele foi preso em flagrante e afirma que os dois foram vítimas de um sequestro. Após passar por audiência de custódia, Tancredo teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, nesta segunda
Em depoimento, Neves detalhou como tudo aconteceu durante a noite do crime.
Ele contou que conheceu Patrícia em novembro de 2023, em um restaurante de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano. A delegada atuava como plantonista na unidade policial da cidade.
O relacionamento, segundo ele, teve início há cerca de quatro meses. O homem admitiu que houve agressões verbais ao longo desse período, mas negou que tenha ocorrido qualquer episódio de violência física ou sexual.
Apesar disso, ele chegou a ser preso em flagrante maio deste ano por agressão contra Patrícia. Neves argumentou que provou sua inocência no caso e ressaltou que a vítima retirou a medida protetiva de urgência. Ele foi solto por decisão judicial e o casal se renconciliou.