Suspeitos de ataque ao ônibus do Bahia se apresentam à polícia; advogado diz que clientes soltaram fogos para incentivar time

Jogadores ficam feridos após ônibus do Bahia ser atingido por bomba na Arena Fonte Nova — Foto: Divulgação/EC Bahia

Dois suspeitos de participar do ataque ao ônibus do Esporte Clube Bahia se apresentaram nesta quinta-feira (10), na Delegacia Territorial (DT) de Brotas, em Salvador. A dupla, que é integrante da torcida organizada Bamor, foi chamada para prestar esclarecimentos sobre o caso.

De acordo com apuração do ge, Otto Lopes, advogado que representa a Bamor, afirmou que, no dia do ataque, seus clientes soltaram fogos como forma de incentivar o time antes da partida.

O suspeito identificado como Jaderson Santana Bispo, conhecido como Jau, foi um dos ouvidos. Ele estava presente na invasão da torcida organizada Bamor ao centro de treinamento do clube, no início do ano, e possui histórico de uso de artefato explosivo.

Jaderson prestou depoimento à polícia. Além dele, outro suspeito de prenome “Marcelo” também foi ouvido na delegacia. No total, dez membros da organizada vão prestar depoimento na sexta-feira.

A delegação chegava à Arena Fonte Nova quando o ônibus foi atingido, antes de enfrentar o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste. O goleiro Danilo Fernandes e o lateral Matheus Bahia ficaram feridos.

Na quarta-feira (9), a delegada responsável pelo caso, Francineide Moura, informou que todos os suspeitos do ataque ao ônibus foram identificados. No entanto, apesar da informação sobre identificação, não há detalhes sobre a quantidade de suspeitos envolvidos.

A delegada disse que duas pessoas que teriam participado do ataque já foram ouvidas, e os outros foram intimados a depor. Todos são da torcida organizada Bamor.

“Eu já consegui identificar. Conseguimos identificar pelo trabalho da polícia, não porque eles colaboraram e a princípio todos são da Bamor”, disse a delegada.

Segundo a delegada, os suspeitos de participar apresentam a mesma versão: eles alegam que iriam participar de um jogo de futebol e, por isso, estavam no local esperando outros membros da torcida organizada. Quando o ataque aconteceu, eles fugiram.

“Eles chegam no local por volta das 17h40 e a ação acontece às 20h. Então eles estavam ali há muito tempo e com certeza aguardando o ônibus do clube passar no local”, contou Francineide Moura.

A versão apresentada é contestada pela delegada. A Polícia Civil recebeu nesta quarta-feira (9) o laudo da perícia de um dos carros utilizados no ataque. O resultado foi positivo para a presença de explosivos. Nos próximos dias, devem ser entregues os resultados dos outros veículos.

Francineide Moura tem mais duas semanas para concluir as investigações. Além das pessoas que participaram ativamente do ataque, a delegada espera identificar os possíveis mandantes do crime.

“Nós temos certeza que aquela situação não foi um acaso, que foi algo programado, que eles estavam combinando tempo e claro que eles prepararam o material que eles jogaram. Eles vão responder por tentativa de homicídio”.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) acompanha as investigações da Polícia Civil com relação ao ataque para que medidas legais sejam adotadas, com a conclusão do inquérito.

No ataque ao ônibus, um dos artefatos explosivos atingiu a janela do lado direito, onde ficam as últimas cadeiras do coletivo. Um assento ficou rasgado e pedaços de vidro espalhados pelo coletivo. O veículo foi levado a uma garagem na região de Itinga, em Lauro de Freitas, próximo ao antigo Centro de Treinamento do Bahia, o Fazendão. (G1)

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