Suspensão da Fafen será tema de sessão especial na AL-BA nesta segunda-feira

Foto: Reprodução / Correio

A interrupção das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), determinada pela Petrobrás em março será tema de sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) nesta segunda-feira (17), a partir das 9h. Proposta pelo deputado Eduardo Salles (PP), o encontro terá como o objetivo debater os problemas e prejuízos causados pela parada da Fafen. O primeiro impacto do fechamento da Fafen teria sido a perda de 700 empregos diretos. Eduardo Salles ressalta que danos causados à agropecuária baiana com a paralisação das atividades da Fafen “vai obrigar aos produtores baianos importar insumos e pagar mais caro, o que, sem dúvida nenhuma, acarretará no aumento dos custos e consequente repasse ao consumidor”, explicou. A Fafen produz amônia, empregados na produção do sulfato de amônio e nitrato de amônio, que são os fertilizantes nitrogenados, gás carbônico, ácido nítrico, hidrogênio e agente redutor liquido automotivo. Outra situação que terá alerta feito na Assembleia é para quem depende do tratamento de hemodiálise. A  Carbonor, uma das empresas prejudicadas com a desativação, consome o dióxido de carbono (CO2), produzido pela Fafen, utilizado para fabricação de bicarbonato de sódio e que serve para o tratamento de doença renal crônica. “Só na Bahia são aproximadamente dez mil pacientes que fazem o tratamento. No Brasil, são mais de 130 mil que dependem da hemodiálise. Esses são dados alarmantes, pois a interrupção desse tratamento pode levar essas pessoas a morte”, alega Paulo Cavalcanti, presidente da Carbonor, que afirma ter recorrido a outros estados, por um custo muito maior, para manter o estoque. A Carbonor é a única fabricante do bicarbonato de sódio em “grau hemodiálise” da América do Sul.

Em 2018, a Petrobrás anunciou pela primeira vez o fechamento da Fafen, mas a pressão feita à época pelo governador Rui Costa, o vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, João Leão, senadores, deputados estaduais e federais baianos, empresários e a sociedade civil organizada fez a estatal recuar da decisão. Após ordem judicial para retomar as atividades, a Petrobrás alegou necessidade de manutenção por um período de 45 dias, mas já afirmou que vai aumentar o prazo para mais 45, um total de 90 dias de manutenção. As empresas que compram insumos da Fafen estranham o prazo, já que a fábrica costumava parar por no máximo 30 dias para esse tipo de serviço.

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