Últimas Notícias sobre Espadeiros
A Associação Cultural dos Espadeiros de Senhor do Bonfim acionou a Justiça para impedir a prisão de pessoas durante a tradicional Guerra de Espadas no município. Espadas são espécies de fogos de artifícios.
Para Guguinha, soltar espada é tão emocionante e perigoso quanto acompanhar o arrastão de Kannário no Carnaval. Uma mistura de adrenalina, devoção e risco de se queimar ou levar um soco, de graça, na cara. Contudo, ambos são indispensáveis na sua vida e, se depender dele, guerra de espada e Kannário nunca devem acabar. “Não é só da minha vida, não. É de todo o bairro de Periperi, que já tem esta tradição de soltar espada todo ano. Não adianta. Vai ter guerra de espada, proibida ou não”, avisa Guguinha, 41 anos. Desde 2017 a espada, que já passava por um processo de criminalização, se tornou proibida na Bahia. Mesmo assim, seja em Salvador, Cruz das Almas ou Senhor do Bonfim, os espadeiros garantem que não vão deixar a tradição morrer.
Espadeiros, estudantes e representantes de movimentos sociais protestaram em defesa da guerra de espadas na segunda-feira (2), em Senhor do Bonfim, cidade no norte da Bahia. A manifestação ocorreu no centro da cidade. O grupo também cobrou respostas da Justiça para o caso da jovem que perdeu a visão de um dos olhos em uma ação policial contra espadeiros, no último 23 de junho, em Senhor do Bonfim. Este ano, uma decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF)reforçou a proibição. Ainda assim, grupos de espadeiros resistiram à determinação e a Polícia Militar agiu.
Uma jovem atingida por uma bala de borracha em Senhor do Bonfim, no Piemonte Norte do Itapicuru, pode perder a visão de um dos olhos. A jovem, identificada como Fabíola de Jesus Cardoso, segue em estado grave.
Espadeiros e a Polícia MIlitar (PM-BA) entraram em confronto na noite do domingo, 23, véspera de São João, durante festa na cidade de Senhor do Bonfim (distante a 384 km de Salvador), norte do estado.