A tireoide é uma das mais importantes glândulas do corpo humano, pesa cerca de 30 gramas, tem o formato de borboleta e fica localizada na região do pescoço. Tem papel fundamental na secreção de dois hormônios, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), que regulam diversas funções no organismo.
Numa linguagem bastante simples, pode-se dizer que os hormônios tireoidianos dizem ao corpo quão rápido trabalhar e como utilizar a energia produzida. Estas substâncias interferem na frequência cardíaca, no nível de colesterol, no peso corporal, na produção de energia muscular, na nutrição da pele, no ciclo menstrual e na memória.
O câncer da tireoide é o mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta predominantemente as mulheres. A estimativa é que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Mas apenas 5% são cancerosos.
Sinais e sintomas:
Várias doenças benignas e outros cânceres de pescoço podem ter os mesmos sintomas que o câncer de tireoide. Por isso, manter acompanhamento e exames médicos em dia e em caso de algum dos sintomas listados, buscar imediata ajuda médica:
Nódulos ou caroços no pescoço, em especial, os de crescimento rápido;
Dor na parte frontal do pescoço, que pode irradiar para os ouvidos;
Rouquidão ou mudança no timbre de voz, que persiste por mais de duas semanas;
Dificuldade para engolir;
Dificuldade para respirar;
Tosse persistente e não causada por gripes e/ou resfriados.
O diagnóstico:
O câncer de tireoide pode ser diagnosticado antes mesmo de apresentar sintomas, num exame médico de rotina, através da apalpação da glândula. E, como as mulheres são a maioria dos casos, são os ginecologistas que costumam detectar nódulos suspeitos. O passo seguinte é a realização de exames de imagem, geralmente uma ultrassonografia da tireoide, podendo o médico solicitar outros exames complementares. Confirmada a presença do nódulo, é feita uma punção aspirativa para detectar sua natureza, se benigna ou maligna. Caso seja diagnosticado câncer, o paciente é encaminhado a um cirurgião de cabeça e pescoço.
Trata-se de um câncer com altas taxas de cura, em torno de 97%, se diagnosticado precocemente.
O tratamento:
O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia (retirada da tireoide) total, associada ou não à retirada dos linfonodos vizinhos à glândula, ou parcial (em casos indicados) é o tratamento principal, podendo ser conjugado com iodoterapia, a depender da natureza do tumor.
Sem a tireoide, os pacientes não têm mais como produzir os hormônios dessa glândula e, por causa disso, têm de fazer reposição hormonal pelo resto da vida, com comprimidos. É importante também, manter baixos os níveis de TSH, hormônio produzido pela hipófise, que estimula a tireoide, para reduzir os riscos de volta do câncer, a recidiva.
Outras doenças ligadas a alterações na tireoide
Hipotireoidismo:
O hipotireoidismo é o baixo funcionamento da tireoide. Os hormônios são produzidos em menor quantidade, e o metabolismo cai acentuadamente. O organismo funciona de maneira mais lenta como um todo.
Sintomas comuns de carência hormonal: diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, ganho de peso, constipação, alteração no ciclo menstrual e até mudanças de humor e depressão. Aumento nos níveis de colesterol, insuficiência cardíaca, pele ressecada e dificuldade na filtragem dos rins também estão ligados ao problema.
Uma em cada 10 mulheres com mais de 65 anos apresenta sinais leves de hipotireoidismo.
Hipertireoidismo:
É causado pelo excesso dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Essa sobrecarga hormonal pode provocar emagrecimento, intestino solto, aceleração do coração, agitação, quadros de ansiedade, hiperatividade, nervosismo, insônia e intolerância ao calor. O tratamento com remédios pode levar tempo para frear a glândula acelerada. Às vezes a saída é retirar parte da glândula.
Tireoidite de Hashimoto:
Doença autoimune na qual os anticorpos produzidos pelo organismo acabam atacando as células tireoidianas e as destruindo. Ela é a causa mais frequente do hipotireoidismo (que é diminuição dos hormônios).
Por fim, um alerta importante: não se deve consumir hormônios tireoidianos sem prescrição, visando o emagrecimento ou outras finalidades. Essa prática pode trazer sérias complicações.
Está com dúvidas, desconfia que tem disfunções na tireoide? Para diagnóstico e tratamento apropriados, procure sempre um médico.
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Fontes: INCA (Instituto Nacional de Câncer), SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço).