Um dos homens que trabalhavam em condições análogas a escravidão em vinícolas do município de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, revelou que ele e demais gaúchos não eram agredidos em ambiente de trabalho, mas que esta era a realidade diária dos baianos. “Eles apanhavam bastante. Qualquer coisa que estivesse errada, apanhava. Nós do Sul não apanhávamos”, afirmou, durante entrevista concedida ao portal TAB Uol.
O trabalhador, que preferiu não se identificar, também contou sobre um dos diversos episódios de agressão que presenciou. De acordo com ele, um colega fez uma reclamação nas redes sociais, porque utilizava uniformes molhados, já que o tempo de descanso era reduzido e as roupas para o trabalho não ficavam secas de um dia para o outro.
O entrevistado afirmou que seguranças ficaram cientes sobre a repercussão da postagem, e, durante a madrugada, entraram no quarto em que o autor da publicação e outros baianos dormiam, para bater neles. “Escutei barulho de choque, de gritos, de pedidos de socorro, mas não tinha o que a gente pudesse fazer. Ele [o que havia feito a reclamação] estava bastante machucado, com os olhos inchados.”
Os trabalhadores agredidos conseguiram fugir e formalizar uma denúncia sobre o ocorrido, o que resultou no resgate das outras pessoas que também trabalhavam em condições análogas à escravidão. (Metro1)